sábado, 31 de outubro de 2009

Boato(s)

Não gosto de boatos. Espalham-se como ervas daninhas. Minam tudo em seu redor. São destrutivos. Carecem de prova. Nunca identificam o primeiro portador. Não conferem direito de resposta. São cobardias a circular de boca em boca. Nunca os reproduzo. Nem lhes dou ouvidos.

A não ser o de ontem, claro. Que espeto aqui no meu blogue. Que vou gravar. Dar aos meus amigos e espalhar por aí.

Falo do boato de JPSimões, o seu mais recente álbum. JPSimões, ex-membro do extinto sexteto Quinteto Tati e Ex-membro da célebre banda Belle Chase Hotel que já tivemos oportunidade de ver em Beja, na Casa da Cultura, há uns belos sei lá quantos anos.

O boato de JPSimões está carregado de insanidades, degradação, deboche, charme, contestação, volúpia, trechos de psicoterapia, doses de ansioliticos, dramas chicobuarquianos, tons sul americanos, bossa que não é nova, álccol em tons bourdeaux.

JP escutei-o ontem numa sala pequena e escura, numa óptima performance. E gostei. E comprei-o em formato cd que ele assinou com carinho para a ...

E agora o boato espalha-se assim pelos ares da minha casa, pelo estereofonia, pelas janelas e portas "cantam, juram que viram as asas, os olhos vazados, os braços sinceros suspensos no ar, hoje garantem que esteve a pairar numa luz invulgar"/ "nem amor, nada te cura, ninguém sabe se a loucura terá fundo"/ "mas quem me vem dizer agora que ele sofre, que ele chora sem motivos, sem razões?"/ "e despimo-nos à pressa para ir ao cinema: ai a graça do amor"/"eu fingi ter prazer, gritei, pus-me a gemer, mas nunca desliguei, pensei sempre em sair com estranhos nalgum bar, gozar, rir-me de ti"/ "pouco me interessa mulheres ou amigos: beijos, promessas, que perigo, que perigo"/ "às tantas achas tonta esta carta tardia, perco a conta aos anos: em tantos, parece que passou um só dia"/ "ela chegou tão aflita e ele pensou: como é bonita!"/ "mata-me de rir"/ "se por acaso me vires por aí, disfarça, finge não ver, diz que não pode ser"/ "para quem não saiba eu gosto do mosto, do rosto animal, do cão que há num homem bem posto, da sofreguidão mais carnal"/ "já vi que o amor se cansa logo que acaba a dança"/"sempre que a noite cai ela vem e vai nos meus braços como se eu fosse o mar e navega até se cansar"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Catarina Eufémia

O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente

Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos

Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua

(Sophia de Mello Breyner Anderson)

Uff!

Mulher que é mulher tem que ser bela! Muito bela! Todos os dias bela! Sempre bela! Assim ditam as revistas de moda, assim ditam os reclames televisivos, assim requerem os anúncios de emprego, assim apregoam as redes virtuais que exigem fotografias de close-up e de corpo inteiro, assim se lê nas FHM, nas Maxmen e pelo mundo fora.

Mulher que é mulher tem que ter cabeleireiro à segunda, depilação à terça, manicure à quarta, pedicure à quinta e esteticista à sexta.

Mulher que é mulher tem que pensar muito antes de sair de casa. Mulher que é mulher deve, aliás, preparar cada dia com a devida antecedência. Preparar na noite anterior a toilette do dia seguinte. Le toilette des etóiles.

Sair de casa em salto alto, saia pelo joelho, decote destacado, brinco, pulseira e fio e anel e ainda mala a condizer com sapatos, sapatos a condizer com cinto, cinto a condizer com tudo o resto.

Mulher que é mulher demora nisto nunca menos que uma hora. Passa um rimel nas pestanas, uma sobra nas pálpebras, um risquinho no olho, um blush na face, um baton nos lábios.

Mulher que é mulher tem que a seguir ir trabalhar. E estar sorridente. E esconder os juanetes e encolher a barriga e salientar os peitos. E respirar fundo. E contar até dez até que venha o fim do dia.

Depois, mulher que é mulher tem que ir para casa fazer o jantar. Lavar a loiça. Arrumar a cozinha. Sentar-se no sofá e ver a telenovela.

Mas mulher que é mulher tem ainda que ao sábado de manhã ir às compras. Ao sábado à tarde limpar a casa e a roupa e ao sábado à noite passar a ferro.

Mulher que é mulher tem que aproveitar o domingo para ler uns livrinhos, estar a par das últimas nos jornais, estudar, preparar-se para fazer boa figura, para estar sempre bela.

Como diria Marco Paulo temos que ser "umas senhoras na rua, umas ladys na mesa e umas loucas na cama".

QUE CANSAÇO! Como é bom ser ainda uma menina....

domingo, 25 de outubro de 2009

Faça já a sua encomenda: é grátis

1 - Mortos ou coisa melhor - Violeta Hernando;
2 - Corações de pedra - Ruth Rendell;
3 - A vida sexual das palavras - Julían Rios;
4 - O espaço partilhado - Albano Martins;
5 - Os poemas da minha vida - Freitas do Amaral;
6 - Soledad - Raffaelo Bergonse;
7 - Todos os fogos o fogo - Julio Cortázar;
8 - Daisy Miller - Henry James;
9 - O hóspede de drácula - Bram Stocken;
10 - Um estudo em vermelho - Arthur Conon Doyle;
11 - Quartéis de inverno - Osvaldo Soriano;
12 - Dora Bruden - Patrick Modiano;
13 - O homem que quis ser rei - Rudyand Kipling;
14 - Cair da noite - Isaac Asinov;
15 - O clube dos suicidas - R.L.Stevenson;
16 - Vernais - Amélia Vieira;
17 - Paisagens originais - Oliver Rolin.

É que sou possessiva quando gosto mesmo deles. E destes não é o caso.
Se por acaso algum dos títulos lhe despertar interesse, por favor envie-me a sua morada que eles chegar-lhe-ão a casa.

Bocadinhos uns dos outros

Uma casa sem cortinados é como uns olhos sem pestanas. Tal e qual como diria a minha tia. Uma metáfora e imagem fortes.
Eu como sou mais erudita ou tenho a mania, digo antes que uma casinha sem livros...
Andei finalmente a emprateleirar os meus. Dei por falta de uns quantos e...nisto dos livros sou um bocado... sou um bocado como com os homens: possessiva! Gosto de tê-los sempre por perto. É claro que me dá prazer descartá-los (leia-se emprestá-los) de quando em vez na condição porém de que voltem à procedência.
Neste viver aqui neste papel descripto de António Lobo Antunes está na casa de PR e tenho a certeza que o não leu. Há nele cartas de amor que podiam inspirar autênticas canções. Espero que mude de ideias e o sorva como eu;
De sol a sol está em boas mãos e sei que vai servir os intentos. Portanto não tenho pressa;
O livro de crónicas também do Lobo (já não sei se o primeiro, se o segundo, se o terceiro) está em casa de AA. Trata de uma realidade desconcertante que preciso de reler;
A seara de vento não podia estar numa urbe maior, mas está mais perto de mim do que poderia pensar;
A ética para um jovem está a ser lida neste momento conturbado, mas quando não pode regressar ao parque da cidade que é sempre um bom ponto de trocas.
E há mais. Provavelmente. Mais de que não me lembro agora.
Como há também muitos que em emprestaram a mim e que eu em breve - juro - devolverei.

sábado, 24 de outubro de 2009

e-mail

"Uma foi tirada numa praia perto de ti e de mim - em Janeiro de 2008, num dia em que o sol se deitou feliz e eu também -, e talvez por não estares lá saiu triste. Mas bonita.
A outra, foi no topo do Mundo. Há cinco dias.

Pronto, foi a forma como me deu para me lembrar do meu Mar calmo."
Teu J.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A dança das cadeiras

Estão a ver? De cada vez que há eleições e que muda o Governo, mudam também os secretários de Estado, depois os directores gerais, depois os regionais e finalmente acho que pára por aí. Se bem que constato que muito embora a lei tente proteger os funcionários públicos dessas euforias partidárias a verdade é que a própria realidade o desmente pois continuam a mudar-se os rostos ido abaixo na hierarquia.
Não será pois difícil de perceber que aconteça com o poder local o mesmo que sucede com o poder central: mudanças de rosto, escolhas de homens e mulheres que melhor possam colocar em prática as políticas dos governos eleitos ou o mesmo será dizer mudanças feitas à base de gente dos partidos que ganharam o poder.
Na Câmara Municipal de Beja é também o que vai acontecer! Ninguém mo disse, mas eu calculo. Como, aliás, calculam e bem muitos dos que lá estão a trabalhar e que andam tão assustadiços. Acalmem-se! As alterações hão-de ser feitas ao nível dos chefes de departamentos e dos chefes de divisão e ainda ao nível de algumas comissões de serviço que terão que acabar (não obstante os dinheiros que serão gastos em chorudas indemenizações). Falamos de cargos. Cargos escolhidos pelo presidente em funções, cargos de natureza e de confiança política. Não falamos do pessoal que está nos quadros que esses dificilmente alguém os despedirá e ninguém terá a ousadia de querer fazê-lo. Também era só já o que faltava!
Portanto, não se assustem!
Perguntam-me se concordo com esta dança das cadeiras?
Não! Não concordo de todo! As pessoas - fossem quais fossem os cargos que ocupam - deveriam manter-se nos mesmos por mérito, dedicação e empenho. O mesmo acontecendo relativamente à sua admissão para os órgãos autárquicos e outros da administração pública à semelhança do que acontece, aliás, no sector privado. Entra-se, é-se admitido porque se tem valor, por se deram provas, porque é feita uma avaliação.
Mas e o que diriam depois os eleitores que votaram na mudança? Que exigem a mudança?
É complicada esta gestão. Oh! Se é. E vai haver injustiças. Oh! Se vai.
É por estas e por outras que eu prefiro não pertencer a partido algum. Pensar pela minha cabecinha. Não fazer fretes. Não ser escolhida em função disso. Orgulhar-me de ter o meu trabalho por mérito próprio. Sempre. Já bem me basta ter sido preterida por não pertencer ao poder vigente durante 33 anos em Beja.
Sim! Porque não bastava ser do partido para ter acesso a. Não bastava ser de outro partido para não ter acesso a. Bastava apenas que não se fosse dos deles para já se ser contra eles. Ainda que não se fosse de nenhuns.
Eu cá estou a assistir à dança das cadeiras. Sentadinha na minha.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Boletim Municipal na gaveta

Se calhar já estava estruturado. Tipo páginas ímpares isto, páginas pares aquilo. Manchete assim. Se calhar até já estava tudo escrito. E paginado. E pronto a ir para a gráfica. Hum?
Não. Tanto tanto também não! Era demasiado excesso de confiança. Se bem que os temas esses já estavam certamente definidos. Qualquer coisa como isto:
- Empreitada de pavimentação de arruamentos na cidade nas ruas tal e tal (e depois muitas fotografias);
- Teatro Municipal reabre com um espectáculo de encerramento (soa mal, não soa? reabrir com um encerramento?) dos ateliers da Casa do Lago;
- Caminhada da Saúde marca o regresso das actividades desportivas ao Parque da Cidade;
- Câmara Municipal e Instituto Politécnico celebram protocolo de colaboração recíproca (que é como costumam ser todos os protocolos, não?);
- A cidade tem novo Plano de Mobilidade Sustentável;
- Centro Social do Lidador comemora segundo aniversário;
- Autarquia conclui trabalhos de remodelação do Jardim dos Namorados;
- Câmara de Beja associa-se à Meia Maratona e oferece transportes até Lisboa;
- Zootrópico organiza em parceria com a Autarquia 6.ª edição do Festival de Animação Digital;
- Núcleo Museológico do Sembrano reabre portas depois de período de encerramento a que foi sujeito (cheira-me que seria uma boa capa).

terça-feira, 20 de outubro de 2009

d'encantar

Estes moços estão mesmo a trabalhar. A trabalhar bem. Nota-se. Sente-se. Depois de estrearem uma série de espectáculos e de andarem a percorrer as freguesias rurais, eu diria que tinham contratado uma produtora daquelas muito atarefadas, muito eficazes, muito eficientes. Mas não. Sei que não. São eles próprios - os lêndias - que se juntaram em esforços e resolveram ser todos um bocadinho produtores. Então é vê-los a fazer cartazes, a distribuí-los, é ve-los a enviar e-mails, sms, a actualizarem o blogue, a enviar notas de imprensa para a comunicação social (espero eu! que têm lá uma menina que muito bem sabe escrever, hum?) a preparar beberetes, a imprimir, a cortar e a vender bilhetes. E a colocar cada vez mais espectáculos em palco.
Do criativo ciclo "Um actor - Um Músico" fizeram várias performances, mas aguarda-se até agora a de Ana Ademar. "Nada entre nós tem o nome da pressa" (será este o título ou delirei?), mas já estamos ansiosos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ruptura e Mudança

Sim a CDU subiu em número de votantes. Sim o PSD perdeu e muito em número de votantes. Sim é possível que tenha existido transferência de votos destes para o PS. Sim! Sim! Sim!
Mas que importa tudo isso agora? A realidade é que o PS ganhou. Ganhou porque pela primeira vez na história da democracia bejense subiu, subiu, subiu mais do que a CDU e qualquer outro partido. Portanto, agora resta-nos acreditar na RUPTURA e na MUDANÇA e esperar que todo o programa apresentado seja cumprido, esperar que não sejam defraudadas as expectativas dos bejenses, esperar que a vida da cidade e do concelho possa realmente melhorar. E também - e já agora que falamos nisto - que se ponha fim à tão falada "asfixia democrática" que reinava em Beja, que se ponha fim a tanto clientelismo instalado que deu lugar a tantas e tantas injustiças. É bom que se saiba olhar para as pessoas e ver pessoas e não apenas a cor política da camisola que envergam. E por favor saibam perder. Digam que "sim senhora" que vão ajudar na aprovação das melhores e mais necessárias medidas para a cidade. Não venham, por favor, ameaçar com a maioria na Assembleia Municipal como eu já ouvi!! E não venham também alegar que a campanha foi negra! Não ouvi nenhum dirigente assumi-lo publicamente apontando factos concretos, mas apenas militantes à boca pequena. E tanto o escutei de um lado como o escutei do outro. Era o nervosismo a falar tenho a certeza. E o medo.
Eu cá por mim tenho esperança.
Tenho esperança não no PS mas nesta esquerda, neste projecto, nestas pessoas.
E oxalá não me engane!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Autárquicas 2009 Beja

como diria o Taveira às suas meninas e como nós costumamos dizer na brincadeira entre amigos

PROOONNTO JÁ ESSTÁ!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

puta da liberdade que nos sais cara

Há jornalistas que fazem notícias, outros reportagens, outros entrevistas, outros apenas breves. E outros ainda que fazem de tudo um pouco. Quando os deixam, ou seja, quando lhes dão trabalho.
Quando não, uma das soluções encontradas pela classe é a assessoria de imprensa, ou seja, a arte de escrever jornalisticamente e com todas as regras que a profissão impõe, mas apenas sobre aquilo que os clientes que contratam os assessores querem. Sem imparcialidade, portanto.
Uma prática e outra são completamente imcompatíveis mas há em Beja exemplos que desmentem esta realidade inscrita no código ético e deontológico dos jornalistas. Quanto a mim durmo sossegada já que nunca as pratiquei em simultâneo. Gozo, gozo dá-me ser jornalista, mas não menos me dava quando as minhas notas de imprensa (assessoria) eram editadas ipsis verbis, copy paste nos jornais que recusaram dar-me trabalho.
E agora que estava novamente a fazer jornalismo também na imprensa regional eis que sou de súbito assaltada por um caso MouraGuedesiano.
O mensário para onde escrevia era propriedade de uma união recreativa cuja direcção assinou um contrato com os seus jornalistas garantindo-lhe autonomia financeira da publicação assim como total independência editorial. Mas a direcção da associação foi a votos e mudou. Assim, a nova quis transformar o seu jornal num instrumento de propaganda do poder instalado e não garantiu a continuidade das cláusulas do contrato. Conclusão: demitimo-nos em bloco. Mais: fizemos uma publicação impressa clandestinamente que vai sair no mesmo dia da outra. Iremos dar conta do caso à comunicação social.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

num destes dias nasci

... estávamos em 1975. o que me leva a crer que fui concebida no pós verão quente. diria mesmo que tê-lo-ei sido numa passagem de ano. estou a inventar, claro, só porque fiz as contas e passado nove meses dá Setembro. mês de Outono. não sei se chovia ou se as folhas caducavam na rua. não me lembro. obviamente. sei que fui crescendo e ninguém verte as suas memórias de tantos anos num blogue. aliás, que interesse teria isso? basta-me dizer que me senti bem, dei por mim a pensar que o tempo passa depressa, fiz balanços, fiz planos para o ano seguinte e desejei completar os 35 logo a seguir para me sentir uma mulher ainda mais madura. recebi flores. margaridas as que eu mais gosto. e uma planta com um nome cientifico difícil de decifrar. algum dinheirinho que dá jeito em todas as idades. um jantar com esporão reserva de 2004. uma peça de vestuário que está muito na berra. livros. um podcast para fazer as minhas escutas (legais!). mensagens e telefonemas e e-mails simpáticos. e outras coisinhas que sei que vêem a caminho. foi num dia destes.

Legislativas ao "ralanti"

AS CONSTATAÇÕES
De pouco vale escrever agora tão à posteriori se for apenas para constatar o óbvio, mas não me contenho e em apenas uma frase diria: A ESQUERDA GANHOU.
O PS porque obteve o maior número de votos apesar de ter perdido a maioria absoluta e consequentemente um considerável número de deputados, a CDU porque ganhou mais um deputado embora tenha passado a ocupar o lugar de 5.ª força política e o BE porque mais do que duplicou a votação e o número de deputados, sendo a força política que mais cresceu. Portanto, A ESQUERDA GANHOU EM PORTUGAL.

AS INDIGNAÇÕES
Parêntesis para não se ignorar que também o CDS subiu e bastante.
Fê-lo à conta de um discurso xenófobo acerca do rendimento social de inserção proferido como se Portugal não fosse um país de gente pobre e desempregada e miserável e à conta de um discurso salazarento sobre as forças de segurança fazendo apelo ao medo.
Será entre PS e CDS que se farão às coligações, pois só assim se obterá maioria de votos no Parlamento. Mas fica por perguntar se em Portugal prevalece cada vez mais a ideia de que os piores são elevados a melhores, isto é, aqueles que mais se desenrascam, melhor se safam, mais mentem são os que mais singram?
É isso que os portugueses vêem em Sócrates e em Portas? Autoridade, autoritarismo, confronto mas também capacidade de desenvencilhanço? Chico-espertismo? Sim. Porque estes são os homens dos cursos feitos ao domingo via fax, do caso Freeport e do caso Moderna! Estes são os homens que vão governar Portugal.
Valha-nos a oposição. De um certa esquerda. A ESQUERDA QUE GANHOU.

falta justificada

sou produtora.
tenho feito muita produção.
primeiro andei a angariar caixas e ainda tive que comprar algumas. depois guardei tudo lá dentro. tudo o que cabe numa casa. os livros com a indicação de que seriam para a sala. as roupas com a indicação de que seriam para o quarto. os tachos, as panelas, os pratos, as chávenas, os copos com a indicação de que seriam para a cozinha. mas faltavam as mantas, os panos de loiça, as toalhas, os lençóis, as malas, os sapatos, as botas, os bibelots, as molduras, os quadros. parecia que nunca mais iria acabar de encaixotar tanta coisa.
a seguir mudei tudo para a casa nova.
e entretanto fui dormir para casa alheia.
depois montaram-me o esquentador, o fogão, a máquina de lavar loiça e roupa.
e logo, logo mudei-me para a casa nova.
tudo isto roubou-me o mês inteiro de Setembro e pequena parte do de Outubro e agora aqui estou eu de novo sentada finalmente no meu sofá, na minha casa e a escrever no meu blogue.
fazer produção também é isto ou pensaram que eu estava a falar de quê?