quarta-feira, 30 de junho de 2010

DESMAGINA-TE

Diz que lá há mais de tudo.
Diz que há mais serviços.
Diz que há mais comércio.
Diz que há mais turismo.
Diz que há mais cultura.
Diz que há mais qualidade de vida.
Diz que há mais empregos.
Diz que já houve milhares de migrantes.
Diz que muitos são bejenses.
Diz que me desmagine de uma vez por todas.
Diz que desista dessa merda.
Diz que sim.
Diz que não concorra a mais concursos como o da C. M. de Castro V.
Diz que o Correio Alentejo ao lançar o seu fez bluff.
Diz que a Rádio Pax ao abrir o dela estava off: pagava 700€ mês.
Diz que o Diário do Alentejo tao pouco o abrirá.
Diz que não faça mais projectos como aquele e como o outro.
Diz que isto afinal é bom.
Há mais oferta. De tudo.
Diz que sim.

Matiné


A partir de hoje iniciamos uma nova rubrica neste blogue inteiramente dedicada à sétima arte. Matiné não tem periodicidade regular. Vai surgindo consoante o tempo que tenho para as pesquisas. O meu tutor será João Bénard da Costa através do seu belo livro "Muito lá de Casa", depois recorrerei a algum do espólio do Cine-Clube de Beja e aí o guia será o meu pai.

Para começar deixo-vos apenas algumas imagens daquela que considero ser a actriz mais bonita da história do cinema e das principais actrizes do movimento Nouvelle Vague.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ai! ai! ai! AI!ai....ai, ai. AAAAAiiiii!

Os ais da vida, por Mário Viegas. Ai!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

ver a vista

As pessoas são simpáticas pá. As pe-sso-a-s s-ã-o sim-pá-ti-cas. É verdade! O Bruno Pires sabendo que eu estava doente dos olhinhos enviou-me um mail com esta fotografia e um belíssimo trocadilho que dizia assim: "ver a vista". E eu acho isto tão bonito! Mas tão bonito...
Já o Jorge na sexta à noite confidenciava-me "estou farto. farto e cansado das pessoas". Nao, não posso concordar com o Jorge desta vez, pois se eu cada vez mais gosto mais de todas e de cada uma. Interessam-me as pessoas na sua complexidade e subjectivdade.
Não sei se isto vinha a propósito, mas...acho que sim.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ensaio sobre a vesguice

Falta-me a visão de conjunto. Vejo o mundo parcialmente.
É que tenho úlceras nas córneas. Feridas. Lesões. Diz o folheto de um dos medicamentos que tal se deve ao facto de, entre outros, não produzir lágrima suficiente. Ainda bem, penso. Sou uma mulher feliz! Não choro que chegue. E posto isto pergunto-me: será que para sermos felizes devemos ver só o que nos interessa? Ou melhor, não ver senão o que está debaixo do nosso nariz ou olhos como se diz vulgarmente?
Pois! Porque olho para diante, para frente e...NADA! Manchas. Nebulosas. Borrões. Coisas distorcidas: silhuetas, figuras, formas, feições. E já me perguntaram: "estás bem? é que tens um ar tão sério". Pudera! Como não vejo também não oiço. Não sei explicar, mas sempre foi assim. Se estou num concerto e não vejo bem o vocalista oiço claro está, mas não entendo. É verdade! E isto só me faz lembrar quando, às vezes, para conseguir dar certas aulas tirava os óculos. Assim, não via, logo não ouvia e não entendia o que se passava lá atrás, logo também não me desconcentrava e tudo corria melhor.
Esta merda é complicada: úlceras nas córneas!
Úlceras!
Córneas!
Tento apagar o cigarro aqui, afinal era mais à frente. Tenciono subir o degrau acolá, afinal era mais aqui. Não alcanço nada: a sinalética, as direcções. Para atravessar uma estrada viro o pescoço todo. Ando mais devagar. Falo mais devagar. Tenho dores. Comichão. Incómodo.
E um penso também. Um penso. No olho esquerdo. Só posso tirá-lo à noite quando a luz se esconde.
Ai!
A falta de visão de conjunto e a vista parcial do mundo não é para qualquer um! Dá-me que pensar como é que há tantos que as escolhem como modo de vida!
É preciso ter córneas!
No mínimo.

quando a ficção dá lugar à novela um género ainda menor que a literatura de cordel

Todas as coisas estão delicadamente interlgadas amor.Olha para nós. Os dois. Eu e tu. Eu aqui. Tu ai. Na nossa vidinha. De casa para o trabalho. De manhã...o duche, a roupa que te mandei na mala. Dobrada. Passadinha a ferro por mim amor no domingo. As camisas a condizer com as calças, arrumadas em sacos plásticos com a etiqueta do dia da semana. As meias todas da mesma cor para não te baralhares porque tu és daltónico amor, o cinto e as boxers que comprei nos chineses naqueles dias à hora de almoço. Depois vais trabalhar. O teu trabalho é muito cansativo amor. Almoças na cantina. Que pena que tenho de não estar aí para fazer-te o almoço todos os dias amor. E ias almoçar a casa comigo amor. E era tão bom. Se calhar até tomávamos um cafézinho os dois como fazemos no sábado. Lês a Bola e vês aqueles homens todos quase despidos amor. Nunca percebi porque nunca lês a Bola ao pé de mim amorzinho. E regressas novamente ao escritório. Se eu tivesse computador tu escrevias-me não é amor? No teu escritório tens internet. Cá em casa não. E depois sozinho para jantar. Ainda bem que a senhoria é prestável amor e te faz a sopa todas as noites. Ainda um dia tenho que ir conhecer essa senhoria. É pena que nao tenha telefone para falarmos os dois depois da novela. Sei que não gostas que te ligue à noite não é? Eu não ligo amor. Eu deito-me cedo, tu sabes não sabes amor? Desejando que venha sábado para tu chegares e irmos ao mercado. Os dois amor. Para comeres as minhas comidas, irmos até casa de minha mãe e eu lhe arrumar e limpar tudo enquanto tu vês televisão no café do vizinho Manuel. Temos que jantar com a minha mãe pobrezinha que só a vemos ao sábado e qualquer dia ela morre e não janta nunca mais. Para dormirmos os dois juntinhos amor. Tu muito cansado e eu também. E acordarmos no domingo eu tratar da tua roupa e ver-te abalar para aí outra vez. Que vida a nossa amor. E eu que de casa para o trabalho vejo tanta gente. E as minhas colegas têm facebook. E emails. E jantam fora umas com as outras. Ainda não te disse amor que sou sindicalizada. Não devia porque dizem que as mulheres dos sindicatos são todas feias. Foi quase sem querer amor. O Eduardo filho da madrinha Heloísa é que me convenceu. Que era bom, que era bom por causa dos patrões. O Eduardo é muito nosso amigo amor. Até já me ajudou a carregar um dia a bilha de gás amor. E subiu só um bocadinho lá a casa. No outro dia à hora do almoço apareceu por acaso no sítio onde almoço sempre amor. Tu sabes amor. E telefonou-me para o escritório amor. Diz ele que eu tenho uns olhos bonitos amor. Vê lá tu. Queria perguntar-me se podia ir com ele escolher uma blusa amor. E eu fui. Quando cheguei a casa já noite escura estava estacionado à porta com um ramo de rosas. E garantiu-me que não lia jornais de homens, que gostava de passear e ver montras. E agora escrevo-te este e-mail porque aqui na casa dele temos computador e internet. É que todas as coisas estão delicadamente interligadas amor.
Um homem não pode saber o que é ser mãe PLOOOOMM
........E certas mulheres também não!!!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010



...sei que sAbeS...


...qUe
EU sEi ...

...que TU sAbES...

sabias?

é só para dizer que...

...a minha gata tem uma dona muita calaçera (quando este nome me ocorreu mijei-me a rir sozinha, pois já não o oiço há milhares de anos).

terça-feira, 22 de junho de 2010

O sítio onde eu trabalho é um sítio giro, com uma filosofia diferente de todos os sítios que conheço na área. É mesmo um sítio único em Portugal dadas as características que reúne. Eu gosto muito do conceito que lhe está subjacente. Há toda uma lógica, uma estrutura, uma ideia por detrás de.

No sítio onde eu trabalho prevêm-se sempre duas temporadas de programação por ano: a de Inverno e a de Verão e nelas se incluem a apresentação de espectáculos de música, dança e teatro escolhidos pelo programador mediante critérios bem definidos e transparentes o que faz daquele sítio, um sítio com um público muito particular.

No sítio onde eu trabalho desenvolvemos também um programa de formação e criação artística em rede com cinco concelhos da região, sendo ministrados pelos mais destacados criadores nacionais 21 workshops por ano também na área da dança, da música e do teatro.

Em paralelo acolhem-se residências artísticas de criação. Abrem-se as candidaturas, analisam-se as propostas, calendarizam-se as vindas e coreógrafos, bailarinos, encenadores e actores, nacionais e internacionais e sobretudo emergentes, desenvolvem no sítio o seu trabalho. Temos estúdios, material técnico, camas, cozinha, balneários para toda a gente. No final destas residências apresentam-se ensaios abertos à comunidade dando a conhecer o trabalho desenvolvido no sítio.

É muito agradável que ao final do dia as pessoas tenham a oportunidade de ver pequenos esboços de espectáculos. Por isso, em vez de irem logo para casa ou para a esplanada vão até ao sítio onde eu trabalho.

EPÁ, mas hoje. Caramba...hoje o ensaio aberto que vimos...foi...bem...como hei-de dizer... assim...como...assim tipo... tás a ver...enfim...merece um post único.

ensaios abertos / performance


"o superficial do cérebro que têm uma labirintite que faz com que o personagem ficcional que criamos se vá cruzar com os testemunhos recolhidos estes materiais soltos que vamos compor para dar uma noção de narrativa sem saber no entanto se é coloquial ou poética mas que se vai encontrar depois com outro personagem que é o mito do anterior à volta destas três questões centrais a labirintite, o mds e a estratégia de guerra não sei quê no fundo mecanismos de alteração da percepção que queremos incutir no espectador para o deixar barralhado sem revelar muito para que depois de ouvirem os excertos e virem as imagens"....blá, blá, blá...


NÃO PERCEBI UM CAR_ _ _ _!

E era de dança.
E papo com cada um que Valha-me Deus!
E gosto! Gosto desta minha estupidez natural!
Oxalá de vez em quando não os entenda, caso contrário assusto-me comigo própria!
É sinal que já não estou sã!
Há mundos muito à parte!
E a arte... a arte tem que se lhe diga. Puff se tem!
No fim pedi que me tiram-se esta fotografia.
Eis a minha performance.
Gosto especialmente do efeito da sombra.

Ontem...enchi-me de lata e...

Foi fácil e até engraçado. Fui determinada, estendi a mão e disse que me chamava M., que gostava muito de circo e que tinha um pedido especial a fazer: um cartaz para por na minha sala. O senhor foi tão simpático que me ofereceu um mupi com um palhação. Ele insistia que eu devia levar o do homem-bala, mas não o encontrou! Agora... não sei se o plastifique, se o cole assim mesmo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

relações únicas

Jack Kerouac
Jorge Luís Borges
Ernest Hemingway
Muito se tem escrito acerca da relação entre escritores e gatos. Basta colocar ambas as palavras num motor de pesquisa que logo nos surgem várias páginas alusivas ao tema. Há, aliás, até livros publicados sem que, contudo, se consiga explicar a razão de ser desta relação tão simbiótica.

Certo, certo é que a personalidade felina inspirou muitos escritores, poetas e pensadores ao longo dos tempos.
Anton Tchekov, Hermann Hesse, Lewis Caroll, Honoré de Balzac, Alberto Moravia, Jorge Amado, Alexandre Dumas, Charles Dickens são apenas alguns exemplos de criadores apaixonados por gatos.

O musical Cats, encenado na Brodway, resultou de um poema de T.S. Eliot, O Nome dos Gatos.
O célebre poema Ode aos Gatos é da autoria de Pablo Neruda.
Victor Hugo escrevia para os seus gatos num diário.
Jorge Luís Borges deixou-se fotografar inúmeras vezes com a sua gata branca.
Baudelaire, em Fleurs du Mal, dedica três poemas aos felinos.
Ernest Hemingway deixou os seus 50 gatos protegidos em testamento.
E o mais interessante: foi feito um estudo para catalogar os gatos que vivem nas bibliotecas de todo o Mundo (Library Cats Map).

domingo, 20 de junho de 2010

ALMOÇO - à la carte

Queijinhos. Tostinhas. Frango agridoce de inspiração oriental, chinesa. Tófu de caril de inspiração vegetariana. Quiche de legumes de inspiração alentejana. Tarte de natas e brigadeiros.

sábado, 19 de junho de 2010

JANTAR


e-mail 02:09


FILHA,

Porque sei que não pudeste estar presente na homenagem e entrega da medalha da cidade, a título póstumo, ao Figueira Mestre, junto mando algumas notas para tua informação, assim como as fotos possíveis do lugar onde estava a presenciar esta mais que merecida homenagem ao nosso amigo comum.

A qualidade das intervenções e o vídeo apresentado retrataram de uma forma global o homem, o escritor, o bibliotecário, o cidadão e o seu contributo para uma ideia diferente de cidade, em busca de um modelo de desenvolvimento mais moderno, mais humano, mais consentâneo com o tempo presente.

Sobre os intervenientes… lerás noutros locais.

A razão porque também te envio estas notas é porque te quero transmitir duas ou três ideias fortes que me ficaram desta noite, que sei que também te são caras porque com ele colaboraste em diversas ocasiões nomeadamente na revista RODAPÉ também lá muito justamente relembrada.

Assim, retenho além da interessante análise literária dos seus escritos, um apelo para o relançamento da revisa RODAPÉ, a criação de um PRÉMIO LITERÁRIO, um apelo do Baiôa para que a cidade passe a homenagear em vida os que "não é a vida que passa por eles" mas sim os que, nesta terra, "passam pela vida".

Fiquei reflectindo nesta última frase do Figueira, lá referida algumas vezes e parece-me ter encontrado a razão de ser desta atitude: os medíocres não homenageiam os que se dedicam a uma causa, a um projecto, ao estudo de uma forma desinteressada, pois os medíocres ameaçam menos, são sempre menos "perigosos".

A organização esteve óptima, à altura da qualidade que a biblioteca José Saramago, (também lá lembrado esta noite) nos tem habituado, a leitura de textos e demais testemunhos não poderiam ser melhor escolhida.

Seria bom que compilassem as intervenções e testemunhos proferidos.

A exposição está óptima. Retrata uma ideia da produção artística da época do Figueira, acompanhada pela distribuição de um texto escrito por amigos.

Um Abraço
Beijinhos.

NOTA: Às 22h23 de ontem recebi um sms que dizia assim "havias de gostar de estar cá. está a falar um colaborador da rodapé" e como o sms de retorno foi de desilusão o meu pai colocou o seu 96 em cima da mesa e ouvi o discurso em directo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ólha a balbúrdia!

Fui às compras. Enchi o cesto. Verti-o na caixa. E tráz! Não havia multibanco. Subi as escadas rolantes, inseri o cartão na máquina e tráz! não era autorizada a operação. Desci as escadas e explicaram-me "é anomalia a nível nacional".

Obrigado

Li muitos livros dele. Era ainda novinha, mas lia-os. E gostava. Daquela forma nova e diferente de escrever. Daquelas personagens que criava. Ainda tenho presentes imagens nítidas de uma mulher que era perseguida por estorninhos, outra que desfiava um novelo de lã enorme, de outra ainda que via através das pessoas e adivinhava, por exemplo, as grávidas. Lembro-me de ver o Largo de Camões de uma janela através do heterónimo de Pessoa, Ricardo Reis e de desejar chamar-me Blimunda.
Jangada de Pedra, Memorial do Convento, História do Cerco de Lisboa e tantos outros estão misturados na minha cabeça, mas é Levantado do Chão que mais me verga ao autor.
Obrigado, Saramago.
eh,eh,eh.
Hoje fiz uma traquinice. eh,eh,eh.
Daquelas boas.
Estou tão contentinha.

miminhos



quinta-feira, 17 de junho de 2010

telegrama

Dizem que os gatos dormem muito. A Bia ainda não parou sossegada desde que cheguei a casa, no entanto, agora está enroscada frente à televisão.
Estreou o Cabotino e eu não pude ir ver.
Homenageia-se o Figueira Mestre e eu não posso estar.
Soube que não vou receber subsídio de férias. Diz que "não há dinheiro".
Comprei o DN e ouvi e gostei do Baile Popular.
O PSD deu o voto favorável ao relatório da Comissão de Inquérito sobre o caso PT/TVI. Tantos meses à chapada e não conseguem provar que Sócrates é um mentiroso.
Ando a construir um novo blogue, mas não sei quando estará on-line.
Almocei com o meu pai no Vegetariano. Até ele gosta!
A roupa já está seca e eu não vou recolhe-la porque não me apetece.
O Diário do Alentejo, o Correio Alentejo e o Alentejo Popular vão editar umas páginas que me interessam. Agradeço que me comprem um exemplar.
Amanhã é dia de escola e toca a rir. Vou-me deitar.

quando damos por isso...

temos a vida enleada em bonecagem. txi mãezinha!
ainda por cima sem pés nem cabeça!!!!

questões estéticas

este estabelecimento encontra-se aberto, mas em remodelações e atento ao modelo que lhe assenta melhor.

critérios

Será que a imprensa regional ignora isto?
É que já tem acontecido.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CIRCO


Gosto de circo. Sim mesmo com animais. Gosto daquilo tudo. Das caravanas, dos estendais, dos fogareiros à porta. Das carrinhas que servem de camarins. Das casas de banho improvisadas. Daquela coisa de eles fazerem uma roda com os veículos, protegendo-se, marcando território e depois da tenda no cenro do mundo, do seu mundo. Gosto da casinha da bilheteira com luzes a piscar em cima. E gosto dos malabaristas, dos contorcionistas, dos acrobatas, dos domadores, das parteners, dos palhaços rico e pobre. Gosto de circo. E agora ele está cá e eu tenho que arranjar tempo para ir lá fotografá-lo. E coragem para fazer uma outra coisa. Não passa desta. Aí não passa não! Vou roubar um daqueles cartazes que distribuem pelas ruas. Adoro aquele design, aquelas cores, aquela coisa retro-modernista-passadista. Vai de certeza ficar muito bem na minha sala. Oh se vai!

terça-feira, 15 de junho de 2010


eles deram-se bem ó não fora ele um autêntico Gato.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Biaaaa

Deixei-a sozinha em casa...
O que será que está "pintando"?

a minha gatinha

Trouxe finalmente a gata. Aliás, fui finalmente buscar a gata.
Confesso: nunca gostei de gatos! É simples: tinha medo deles. Mas agora...agora entendi que por várias ordens de razões (intímas) queria ter uma gatinha.
Ainda duvido de mim própria. Ela chegou hoje já tarde depois de uma viagem atribulada.
Não sei se estou à altura do desafio.
Fiz-lhe uma caminha, preparei-lhe a caixa com areão, arranjei-lhe um pratinho com leite e levei-a para a marquise, mas depois com dó dela puxei tudo cá para a sala.
Entrou-lhe o frenesim. Saltitando de puff em puff, por baixo das mesas, por detrás dos jornais e dos bancos. E miando.
Deixei de a ver por instantes. Chamava-a e nada.
Escrevi ao Jorge um sms "ela esconde-se e foge".
Ainda agora enquanto escrevo este texto. Chamo-a e nada. Não faço ideia onde está. Vou espreitar. Esperem aí.
E o Jorge respondeu "É normal. Tem medo e está num sítio estranho. Depois passa-lhe. Vai começar a descobrir o que a rodeia para se sentr segura. É mesmo assim. Repete-lhe o nome e tenta o truque da latinha".
Ainda assim fui procurá-la e ...hum a espertinha! Toda enroscada debaixo da mesa de centro da sala, mas em cima de uma caixa que está lá debaixo. Quase entalada, digamos. Presumo que vá dormir ali.
E quando não é ela que mia sou eu que chamo e sussuro Bia, Bia, Bia.

domingo, 13 de junho de 2010

época balneária

1, 2, 3 e 4 de Janeiro - Passagem de Ano
16 e 17 de Janeiro - Reunião de Trabalho Lêndias d' Encantar
13 e 14 de Março - Alentejo com a Madeira
1,2,3 e 4 de Abril - Reunião e trabalhos Cocas Produções
24, 25, 27, 28, 29 e 30 de Abril - Reuniões Associação de Defesa do Património e Jornal Ovibeja
15 e 16 Maio - Reunião de família Monte da Chaminé/Serpa
28, 29 e 30 Maio - Jantar Escola Profissional Bento de Jesus Caraça e 37
12 e 13 Junho - Pablo Milanês
O resumo de um semestre. Oito partidas. Oito chegadas. As motivações. Principais. Porque há outras. Estar com os amigos é uma delas senão mesmo a mais importante.
Agora prontos que estão os calores para nos abraçar a mim e a vocês,espero pelas vossas visitas ainda que o pretexto, a motivação principal seja a praia. Eu não me importo. Podem assumi-lo.
Como diria a minha ex-esteticista "chegou a época balneária".

sábado, 12 de junho de 2010

Crise?

Bancadas grandes, corridas. Em frente os milhares de militares na parada, a seguir uma estrada de alcatrão construída propositadamente para o efeito e depois oito tribunas para os vip's. O povo acorreu em massa. Para ver as tropas a marchar, os para-quedistas a aterrar, os caça bombardeiros a esvoar, os tanques e os jipes a desfilar. No final ouviram o Presidente da República e pelo meio vaiaram Sócrates. Depois desse espectáculo outro no Teatro das Figuras e um almoço e um jantar de luxo.Nas comemorações do 10 de Junho.
Dias antes a festa de despedida dos jogadores da Selecção. Um megaconcerto. Quinhentos euros a noite por jogador num hotel de cinco estrelas na África do Sul.
Ontem ou anteontem ou lá quando foi a comemoração dos 25 anos da adesão à então CEE. Ministros, Secretários de Estado, embaixadores o raio que os parta a todos.
Milhares de euros em logística, em protocolo, em luxos.
Olhamos através do televisor, escutamos os discursos e nada bate certo!

AH! E esqueci-me! Das Marchas de Lisboa e dos casamentos de Santo António.
Será que ninguém tem coragem para acabar com estas palhaçadas todas de uma vez?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O meu sofá

O meu sofá tem visgo;
Aquele trambolho do Banco de Portugal já é vice presidente do Banco Central Europeu;
Pensava que se premiava o mérito;
Hoje fui ao Pingo Doce e comprei dois Tiramisu e já os comi;
O problema é que o meu sofá tem visgo;
Tenho saudades da gata que não tenho;
Já sei que nome lhe vou dar, mas não digo;
Tenho máquina fotográfica outra vez;
Apetece-me ir ver o Pablo Milanês;
E o Cabotino;
Mas...o meu sofá tem visgo;
A economia da zona euro vai subir abaixo das expectativas;
E comprei dois vestidos de Verão;
Ah... e se vocês soubessem como é bom o meu sofá ter visgo.

Visgo - substância viscosa obtida a partir da casca do azevinho e que se emprega para apanhar pequenas aves. Engodo. Atractivo. Isco. Aquele que atrai, seduz ou prende.

domingo, 6 de junho de 2010

Baleizão, mulheres, homens, aniversário da morte de Catarina, Graça, Álvaro e tantos outros sem nome e vistos da janela

Naqueles dias o trânsito era cortado na aldeia nova até cá abaixo à aldeia velha. Álvaro Cunhal saia do automóvel, Graça saia da Igreja. Ambos os venerados desciam a rua ladeados por populares. Ruas caiadas de branco imaculado e propositado. Ruas limpas e regadas na véspera. Desciam em marcha lenta. Ela assente no altar e erguida por braços tímidos, ele assente na coragem e como que transportado por braços fortes em levitação. Nenhum deles se movia conforme as leis da física pé ante pé, um atrás do outro arrastados pelo movimento lento da marcha. Os santos são etéreos e há sempre alguém que os conduz aos lugares onde estão e onde querem que vão. Em ambos os casos quem os levava era o povo. Caras lavadas, roupas estreadas, vozes contentes e eufóricas, cânticos e cantigas e modas entoados a puxar a esperança de uma vida melhor. Álvaro e Graça prometiam sempre futuro, coisa que não está às mãos de qualquer um e pelo qual é sempre preciso esperar. Futuro de uma vida em comunhão, camaradagem, paz, trabalho. Por conta disso todos queriam tocar-lhes. Nela com mais esmero, delicadeza e prece. Nele com força, abraços, apertos de mão rijas.
Eram dias de festa na aldeia. Instalava-se uma confusão organizada. Vinha gente de fora, dos sítios longínquos para onde foram empurrados à custa da custosa emigração. Das Suíças, das Alemanhas, das Franças. De todo o país. Acreditavam num destino melhor, maior, supremo. Menos sofrido.
Instalavam-se barracas na rua. De vendedores de gelados de dois sabores, de tremoços, de algodão doce, de pães com linguiça. Fechava-se o comércio e as tabernas. Engalanavam-se as janelas.
E, num caso como noutro, gritavam-se palavras de ordem fossem elas alto e bom som e de punho erguido, fossem elas murmuradas de olhos baixos assentes nas mãos enleadas nos crucifixos.
A peregrinação terminava no largo da aldeia e se Álvaro subia à tribuna para discursar, Graça a Nossa (ou deles) Senhora, padroeira da terra subia novamente ao altar. Quem está acima de nós deve sempre estar elevado para que possamos vê-lo e venerá-lo melhor.

Eu via-os primeiro em Maio, depois em Agosto. Via-os da perspectiva de uma criança de 5, 6, 7 ou mais anos. E sempre da janela. A passar. Via-os assim. Como dois motivos de festa.

Hoje interrogo-me porque tais memórias me assaltam e sinto que não conseguir explicar porque razões os meus conterrâneos se entregavam, como nenhum outro povo, à celebração daquilo que é relativo a um domínio interdito e inviolável e que suscita a veneração, o sagrado, no caso a Nossa Senhora da Graça que enchiam de notas para pagar preces e promessas, ao mesmo tempo que o faziam com o profano, Cunhal que eles próprios investiam de uma determinada dignidade religiosa, tornando-o bendito, abençoado e quase santificado.
E pergunto-me porque transformaram os baleizoeiros sempre o pão e o vinho dos seus camaradas no Corpo de Cristo?

sábado, 5 de junho de 2010

Miiiiauuu


Já temos:
- a cesta com almofadinha e a caixa transportadora (presentes do meu colega Paulo).





Falta-nos:
- a caixinha dos cócos e dos xixis com tampa;
- o areão;
- o prato da água/leite e da comida;
- o leite sem lactose;
- a ração;
- a escova para o pêlo;
- uma coleirinha.

E o baptismo!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

baila comigo


Já me disseram que o cartaz não aumenta. Pois então! Eu passo a explicar.

Quem comprar o Diário de Notícias no dia 17 de Junho recebe grátis um cd com 3 músicas do grupo Baile Popular.

Fiquem atentos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

mulher de governo













Lá em casa quem fazia as compras era o meu pai.
Agora (que é como quem diz!) cresci e tenho que fazer as minhas próprias compras, claro está!
Ir ao supermercado, encher o carrinho, despejar na caixa, meter nos sacos, meter no carro, tirar do carro, subir as escadas, meter no frigorifico, meter na despensa. PUFFFF!
Geralmente convoco a minha irmã e vamos as duas. É mais fácil. Fazemos o avio para o mês inteiro. Não há paciência para andar todos os fins-de-semana no super ou hiper mercado, embora haja quem goste que eu sei. E muito.
Hoje, no feriado e ao contrário do que sucede nos outros meses, tive que ir aviar-me, mas às prestações. Não tive boleias e portanto ando comprando as pápas às mijinhas.
Desta vez era o skip e o amaciador, dois pesos pesados mais o molho de soja, a goibada, as cebolas e os iogurtes, mais isto e mais aquilo.
Como se não bastasse, desde o ano passado que não calçava sandálias, ainda por cima altas. Para lá muito bem. Para cá...um calvário. Um saco numa mão, outro saco na outra, a caixa pontiaguda do skip a bater-me nas pernas, os pés todos doridos das sandálias. Parava a meio do caminho, pousava um saco, pousava o outro, a mala caía-me do ombro. Tudo derramado no chão. TXIIIII!

Foi então que decidi que para fazer juz ao estatuto de mulherzinha autónoma e independente iria comprar - adivinhem - um trolley! Como aqueles das velhinhas, caso contrário roubo o carrinho do supermercado e levo-o até à porta de casa.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

o meu pesseguinho

O meu pesseguinho e a mãe vieram visitar-me. Tinha previsto para o jantar fazer chili, então preparei um refogado com as carnes picadas e tirei para o lado uma porção para dar ao pesseguinho. Depois ao preparado todo juntei o chili, os cominhos, o feijão encarnado e à parte fiz um arroz e disse ao menino "esta noite o jantar é arroz à Guidolhonesa". Ele riu-se e comeu bem.
Quando o pesseguinho vem à minha casa fica a ver desenhos animados no computador e ri-se muito muito com os disparates dos bonecos. Também os vê na televisão e também comemos excepcionalmente no sofá ou no chão.
O meu pesseguinho deixa um rasto, uma espécie de caos repleto de significados: papelinhos, fiozinhos, bonequinhos, desenhos tudo bem espalhadinho.
Ele dormiu cá em casa. Às vezes, ele e a mãe vêm dormir cá a casa. Montamos o acampamento: eles sobem para a minha cama eu fico num colchão no chão. Pediu-me um peluche. Fiquei aflita. Eu já não tenho peluches apesar de ter uma gaveta cheia de brinquedos. Fui lá pesquisar e encontrei o Princepezinho tamanho de um palmo. Dei-lho. Ainda refilou que queria um fofinho daqueles com pêlo, mas lá se conformou e dormiu tranquilo.
No dia seguinte fiquei de levá-lo à escola. A mãe sai mais cedo e ele assim pode dormir mais. Fiz-lhe um leitinho de biberon. Pediu-me com beicinho para ficar mais um bocadinho a dormitar. Ficou. A seguir, com muitos beijinhos, lá acordou. Chegou a altura de se vestir e o meu pesseguinho começou a chorar. Eu não estava a perceber. Não queria vestir a t-shirt. Não queria. Não queria. Perguntei-lhe porquê e ele só chorava. Queria a blusa do dia anterior. A verde. Expliquei-lhe que a mãe a tinha levado para lavar, que estava suja (mentindo só para ver se ele se convencia). Não funcionou. Mostrei-lhe as minhas t-shirt's todas. Não dava, não serviam. E eis que ele me diz em soluços "Tia não quero essa blusa porque os meninos gozam comigo na escola". Levei um murro no estômago! Não esperava aquilo. Fui imediatamente buscar a blusa do dia anterior e vesti-lha. Acabou-se o choro e as lágrimas. A outra blusa era, de facto, pouco convencional, mas...
O meu sobrinho tem quatro anos. E eu chamo a isto bullying.
Fomos contentes com a camisola cravada em nódoas e ainda por cima sem bata. Não gosto de fardas, batas, etecetera, mas percebo que é bom que elas existam. O que têm de mau têm de bom: uniformizam, anulam as diferenças.
Contei tudo à educadora. Ela tem um trabalho a fazer dentro da sua sala de aula. Urge.