segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

as good as it gets


quem não conhece alguém que volta para trás de cada vez que estaciona o carro? para verificar se ficou realmente bem fechado?
quem não conhece alguém que está sempre a limpar o pó, a limpar o lava-loiça, a escorrer o paninho amarelo? que limpa e limpa e limpa?
quem não conhece alguém que verifica cem vezes se a porta está bem fechada?
ou que repete rituais ancestrais, benzeduras, ladaínhas de cada vez que lhe ocorre um pensamento ruim?
quem não conhece? quem não tem de estimação o seu obsessivo-compulsivo?
quem não arruma o telemóvel ao lado do outro telemóvel ao lado do maço de tabaco ao lado do isqueiro ao lado da agenda si-me-tri-ca-men-te?
quem não conhece alguém que aponta tudo, tudo bem apontadinho?

pessoas assim, sofredoras desta patologia sofrem mesmo e fazem sofrer também os que as rodeiam.

enquanto as obsessões (pensamentos que perseguem os pacientes) e as compulsões (movimentos tendentes a anular/acalmar essas obsessões) se dão, os obsessivo-compulsivos não têm domínio sobre as mesmas, auto-controle, capacidade de dizer STOP.

pelo menos em fases iniciais, porque a boa notícia é que a doença é curável.

e isto vem a propósito de quê? perguntam vocês?

do filme que revi hoje "Melhor é Impossível" com o brilhante Jack Nicholson.

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