segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BEN HUR - o forte, resistente e invencível


lembro-me do Ben ir lá para casa. era pequenino, pequenino. o pêlo muito branquinho confundia-se com o tapete de Carnaxide. uma vez o Jorge teve que sair urgentemente e o Ben ficou comigo. nesse dia só fez disparates: ladrava, ladrava, ladrava com firmeza e convicção. o Ben como a nossa amizade foi envelhecendo. e crescendo. sem, contudo passar de pequenino, patas baixinhas, gordito, o chamado bola de pêlo. de cada vez que o Jorge se aproximava de casa o Ben ladrava. ladrava, aliás, com o correr da porta do elevador e punha-se a cirandar, a cirandar à volta dos pés do dono. queria ir à rua, o Ben. passear. cheguei a levá-lo algumas noites pela trela e a vê-lo fugir da rega automática. o Ben era um amigo do Jorge. um amigo muito amigo que dava sentido aos dias do próprio dono, pois mostrava-lhe a necessidade que ambos tinham de comer, de cumprir horários, de se levantar para a vida. o Ben mostrava ao Jorge que ele tinha importância, pois tinha alguém de quem cuidar. O Ben Hur ou o Ben Harper já não está com o Jorge, mas deixou a Judy para lhe fazer companhia. quando eu ia lá a casa às vezes dormiam os dois, cão e gato, em cima de mim. os animais do Jorge já deram azo a discussão. as namoradas não percebiam que ele os amava do coração. que agora tá apertado, apertado de saudade e solidão. um beijo grande, amigão.

3 comentários:

A minha vida em caixotes. disse...

Muito bonito. Mesmo.

A minha vida em caixotes. disse...

Muito bonito mesmo.

Anónimo disse...

esses dentes estão meio amarelos!