terça-feira, 23 de novembro de 2010

interioridade a quanto obrigas!

Olá Zé,

"Acabei ontem a reunião já tarde. Estava marcada para as 16h30, mas o homem atrasou-se e não consegui já sair de Beja.
Correu bem!
Vou hoje, mais logo às 15h45m e só chego aí perto das 19h.

Amanhã faço greve.

Pedi à Ana para enviar os materiais da Lucie Cabrol para o Miguel designer, mas ela não sabe se tem tempo. Talvez a Elisa possa fazê-lo.

E, já agora, podia também imprimir as cartas dos Retratinhos que deixei prontas, bem como os anexos e distribuir nas escolas. Se conseguir.

Até 5.ª,
MJ"

Enviei este mail hoje para a "entidade patronal".
Efectivamente assim foi.
O Alentejo continua após tantos anos mal servido de transportes. E estamos a falar de Beja/Faro o que faria se falássemos de Beja/Lisboa?
Mas o que mais me apoquenta nem é isto! A "entidade patronal" respondeu mostrando-se solidária com a interioridade e nem uma palavra quanto ao trabalho propriamente dito!
O que mais me apoquenta hoje é ter comido uma lata de sardinhas ao almoço e (agora reparei bem na forma como escrevi a coisa). De facto, além das sardinhas devo mesmo ter comido a lata e - assim sendo - estão a ver que o raio da viagem foi uma coisa demoníaca.
O molho de tomate, a latinha de abertura fácil, a sardinhinta pescada em formato de feto, o óleo em que se banhava, tudo às voltas no meu estomâgo passando as curvas de Aljustrel, as rotundas de Castro Verde, a velocidade estonteante da auto-estrada, os prédios horrorossos de Albufeira, as avenidas largas e verdes de Vilamoura e o terminal rodoviário mais pobre do país, em Quarteira.
Ser-se alentejano, às vezes, pode ser chato porque devíamos de comer as sardinhas de alto mar no Algarve e assim evitávamos sair daqui e apanhar indigestões, vómitos e caganeiras.

Mas ele há coisinhas que ainda assim merecem a pena! Aí há, há!

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