quinta-feira, 25 de novembro de 2010

pronto...coitados!

é muito chato a gente perceber ao fim destes anos todos, é muito chato perceber que há pessoas, pessoas próximas, pessoas que a gente até conhece, pessoas que coitadas, não foram ao infantário. pessoas a quem foi vetado esse acesso por circunstâncias várias da vida ou porque ficaram com uma tia velha ou com a avó ou até mesmo na rua.
é muito chato porque a gente percebe que a geração dos nossos pais não é propriamente das mais informadas e instruídas e que, portanto, a questão da educação era delegada nos infantários garantes de fazer cumprir essa tarefa tão fundamental ao crescimento dos meninos e meninas.
no infantário, de facto, aprendem-se questões elementares como as da higiene pessoal, mas não só! 1) a noção de que existem regras de socialização e 2) a noção de que há limites para cumprir, são, no fundo, as grandes mais-valias do infantário, de maneiras que ter passado por lá teria sido importante para muitos de nós.
a brincar aprende-se a partilhar alegrias e derrotas, a festejar e a resistir à frustração, a elogiar, a conter a agressão, enfim.
não tenhamos nunca dúvidas sobre a importância da educação para a infância porque ela é, de facto, muito salutar e eu diria mesmo imprescindível.
agora pronto! já se sabe! é muito chato, muito chato a gente chegar a esta idade e perceber que certas pessoas, enfim, coitaditos, não tiveram acesso a isso. a gente depois percebe claro! são adultos, enfim, coitaditos. às vezes nem bom-dia dizem, quanto mais um obrigado ou um se faz favor.
a educação é gratuita. está na constituição. não há direito. coitados. não havia necessidade.
é que depois vai-se a ver e pronto nem um obrigado, nem… pronto é que aprende-se no infantário...

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