sábado, 11 de dezembro de 2010

arte&amor

A música, a dança, o teatro são as artes mais parecidas com o AMOR.
Sobem ao palco como quem sobe à cama e ainda que para uns sejam necessários espectadores e para o outro só faça sentido a intimidade, a verdade é que todos são fruto de muita cumplicidade, de muito entrosamento, de muita sintonia.
Não soa bem a música que não tenha sido ouvida por todos, instrumento a instrumento, para que juntos possam funcionar como um só harmoniosamente. Não se vê bem a dança que não resultar de muitos passos treinados, corpos que se tocam um ao outro, agora assim, agora assim, depois assim. Um eu e tu, um nós qualquer. Não se entende o teatro que não tenha sido sincronizado, marcado, em que não se espere pelo outro para saber se se avança.
Música, dança e teatro são grandes fodas colectivas e não obstante a frieza do termo exalam amor. São actos de carinho, de afecto, sem ejaculações precoces, sem disfunções. São actos de entusiamo. De apoteose. Orgasmos. Colectivos.
E quando isto me ocorreu eu estava a ver o Rodrigo Leão e mais sete músicos no Pax -Júlia e pensei também que as músicas por muito românticas que sejam já não me fazem recordar. Pelo contrário, certas músicas e certas formas de arte são tão belas, tão belas, tão belas, existem de forma tão singular que nos ajudam a relativizar tudo e as nossas lembranças perto delas são quase nada. A boa música, o bom teatro, a boa dança ajudam-nos a esquecer. E eu esqueci-me dele e pensei que deveria subir não a palco que não sou artista, mas pelo menos a uma cama. Apetecia-me fazer arte!

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