quinta-feira, 18 de novembro de 2010

terapia do elogio/cartas de recomendação

há pessoas que têm dificuldades em fazer elogios (ponto final) dizer coisas simples como "olha que bonita que estás", "bem lembrado da tua parte", "és capaz de ter razão", "gostei da tua proposta", "estás a evoluir, continua" e outros ainda mais simples como "gosto de estar aqui contigo", "és simpática" (ponto final)
há inclusive pessoas que não são capazes de lamentar os teus desgostos, que fogem a sete pés se te vêem com uma lágrima a escorrer cara abaixo (ponto final)
há mesmo pessoas incapazes de dar um abraço, passar a mão pelo ombro ou apertá-la com força (ponto final)
há pessoas - vejam lá - que nem os parabéns conseguem dar-nos (ponto final)
ou - ainda mais absurdo - aquele beijo de despedida antes das férias grandes do Natal (ponto final)
há pessoas e pessoas!
elenquei todas as residências que produzimos nos últimos 3 anos + os espectáculos que produzimos nos últimos 3 anos, acrescentei que tinha sido responsável pela comunicação e pela contabilidade da casa e que - em termos administrativos - havia concebido alguns instrumentos facilitadores da boa prossecução do trabalho (ponto final)
esta última parte tirou "porque dava mau aspecto", disse (ponto final) "é como se nós não fossemos organizados antes de tu chegares" (ponto final) e disse "sim, está ok, vou assinar" (ponto final)
então e não dizes, não acrescentas, não escreves que fiz essa merda toda bem?
"ah!", exclamou (ponto final) "pois", tendo acrescentado a seguir um parágrafo quase, quase elogioso (ponto final)
realmente ele há pessoas (reticências, conjunto de supostos não pontos finais, mas que não finalizam nada deixando tudo em aberto)
há pessoas que não recomendo!

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