terça-feira, 30 de novembro de 2010

existir para lá do NADA

estava a lembrar-me das mulheres que são vítimas de violência doméstica e pensei: há mulheres que existem pela negativa!
quero explicar-me. vamos ver se consigo...
porque razão essas mulheres apesar dos maus-tratos subsistem com os seus companheiros, maridos, namorados, amantes?
bom! às vezes, muitas vezes, mais que as desejáveis por questões de ordem económica.
mas nem sempre! e não só!
então porquê?
por falta de auto-estima, por insegurança, por deficit de amor próprio? será?
parece-me bem que sim.
parece-me que certas mulheres passam a ter existência a partir da agressividade. é como se me disessem "ao menos assim sei que existo para ele, logo existo para mim". entendem? faço-me entender?
padrões de comportamentos adquiridos, histórias de vidas complicadas, infâncias difíceis, não sei!
é como se todas disessem "ao menos bate-me, já é qualquer coisa, já sou qualquer coisa".
e assim se permite a agressão. primeiro que tudo de si para si próprias, só depois para os outros.
mas pode alguém permitir-se isso?
sim! se fora essa a maniera de ser gostada. desafectadamente.
e eis que encontro muitos casos destes. ainda que não se cinjam a quatro paredes. auto-violência e violência consentida. humilhação. indiferença. hostilidade. desrespeito.
há mulheres que existem pela negativa.
entendem?
tem medo que além daquilo que conhecem esteja o NADA.
e o nada o que é?
talvez a morte, talvez o vazio. não sabem porque ainda não o experimentaram.
mas eu dir-lhes-ia talvez a felicidade.

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