sexta-feira, 21 de maio de 2010

Se ela quisesse...

Se ela quisesse casava-se já!
Está naquela fase em que os homens (especialmente os casados) olham para mulheres como ela com ar de desdém, assim como quem diz "é uma solteirona" e pensam "boa para levar para cama numa noite". Está naquela fase em que os outros, os solteiros, olham e pensam "se ninguém a quis por alguma razão foi, é boa para levar para cama numa noite".
As mulheres como ela padecem desse estigma e por eu lhe dizer isso, ela um dia respondeu-me: "mãezinha, se eu quisesse casava-me já".
E, de facto, tudo seria aparentemente mais fácil. Dois ordenados em vez de um só, a prestação da casa paga a meias, a água, a electricidade, o gás, o supermercado. Não tinha que andar sempre a fazer contas. Podia andar "montada" num belo carro. Tirar férias sem ser no campismo. Ter mulher-a-dias em vez de me pedir que lhe lavasse a roupa e a passasse, em vez de tirar as tardes de domingo para limpar a casa. E o estatuto? De ter a mulher a dias, ir de férias para o hotel, ser casada com fulano de tal. Comprar roupas quando lhe apetecesse. E cds. E dvd's. E ter televisão por cabo. E ter perfumes em vez de amostras. E ir ao cabeleireiro eà depilação e ao raio que a parta todas as semanas. Quanto não vale isso - digo-lhe. É tudo o que uma mãe quer para uma filha. Um homem bem posto!
Se ela quisesse casavasse já! Mas atão! Meteu na cabeça que queria era ser feliz. Onde é que já se viu coisa igual? Ai filha! Nos tempos que correm! Moça sem trambelho!

1 comentário:

Anónimo disse...

Felizmente, para a minha crença na espécie humana, que ainda persistem por aí umas quantas (e uns quantos também) que preferem a consciência tranquila e o coração cheio ao estatuto, confortável e bem comportadinho, de mulher (homem) casada (o), não importa com quem nem a que preço.

Para os tacanhos deste mundo (que tu tão bem representas no teu texto) aqui fica um esclarecimento: ser solteiro não é nenhum voto, bandeira ou militância, assim como também não é nenhuma fatalidade, estigma, falha física ou de carácter.

É (falo por mim) recusarmo-nos a aceitar o que não queremos e a ser o que não somos, até ao dia em que nos apaixonarmos verdadeiramente por uma pessoa - não pelo estatuto/muleta/encosto que ela nos pode dar - e tudo fluir sem interferêcias da razão naquilo que só o coração pode saber e decidir.

Beijos e abraços desta que
que não casou ainda porque quer ser feliz e que muitas vezes é olhada de alto por tamanha excentricidade.