A minha participação na comunicação social regional (acrescentaria eu)
Com o recente desaparecimento do Dr. Flores e do abandono do Vítor Silva, sou já o mais antigo colaborador desta Revista. Di-lo, ou melhor, escreve-o como se isso fosse motivo de orgulho. O que a mim muito me espanta! Confesso! Iniciei esta minha colaboração, através da publicação de uma crónica – contra a corrente - por edição, faz agora, precisamente, oito anos. Embora o Director António Sancho me tenha convidado antes, só aceitei colaborar com a Mais Alentejo depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Alvito.
Com o recente desaparecimento do Dr. Flores e do abandono do Vítor Silva, sou já o mais antigo colaborador desta Revista. Di-lo, ou melhor, escreve-o como se isso fosse motivo de orgulho. O que a mim muito me espanta! Confesso! Iniciei esta minha colaboração, através da publicação de uma crónica – contra a corrente - por edição, faz agora, precisamente, oito anos. Embora o Director António Sancho me tenha convidado antes, só aceitei colaborar com a Mais Alentejo depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Alvito.
Sim. E já agora…porquê?
Porque não dava a Autarquia que então dirigia, a essa revista que agora tanto admira, sequer um quarto de publicidade? Era interessante sabê-lo. Já que posso afirmar ter existido em tempos ordem expressa da Rua da Ancha para que as autarquias comunistas não investissem dinheiro em publicidade nesse órgão de comunicação social. Regra, aliás, só quebrada por João Rocha que pagava – posso afirmá-lo e prová-lo – não para que se publicitassem eventos do seu concelho, mas antes para que Sancho o deixasse em paz. Publicava, dava dinheiro para Sancho não falar dele. E regra, aliás, também quebrada tempos mais tarde pela autarquia de Beja quando esta integrou nos seus quadros Madalena Palma como assessora de imprensa.
Esta minha colaboração consubstancia um compromisso assumido com o Director da Revista, na sequência do seu convite, que consiste em poder escrever o que quiser, sem qualquer limitação, para além do espaço, o que tem sido cumprido escrupulosamente.
Era o que mais faltava que ele também interferisse nos seus conteúdos.
Tenho sido, com alguma frequência, confrontado por amigos e conhecidos a propósito desta minha colaboração, por considerarem criticáveis alguns aspectos da gestão da Revista e do comportamento do seu Director. É natural! Já se questionou porquê? A todos dou sempre a mesma resposta – a minha colaboração consiste em escrever uma crónica por edição.
Porque não dava a Autarquia que então dirigia, a essa revista que agora tanto admira, sequer um quarto de publicidade? Era interessante sabê-lo. Já que posso afirmar ter existido em tempos ordem expressa da Rua da Ancha para que as autarquias comunistas não investissem dinheiro em publicidade nesse órgão de comunicação social. Regra, aliás, só quebrada por João Rocha que pagava – posso afirmá-lo e prová-lo – não para que se publicitassem eventos do seu concelho, mas antes para que Sancho o deixasse em paz. Publicava, dava dinheiro para Sancho não falar dele. E regra, aliás, também quebrada tempos mais tarde pela autarquia de Beja quando esta integrou nos seus quadros Madalena Palma como assessora de imprensa.
Esta minha colaboração consubstancia um compromisso assumido com o Director da Revista, na sequência do seu convite, que consiste em poder escrever o que quiser, sem qualquer limitação, para além do espaço, o que tem sido cumprido escrupulosamente.
Era o que mais faltava que ele também interferisse nos seus conteúdos.
Tenho sido, com alguma frequência, confrontado por amigos e conhecidos a propósito desta minha colaboração, por considerarem criticáveis alguns aspectos da gestão da Revista e do comportamento do seu Director. É natural! Já se questionou porquê? A todos dou sempre a mesma resposta – a minha colaboração consiste em escrever uma crónica por edição.
Pois! E mais nada? Escreve e vai para casa? Não vai àquelas jantaradas de fim de mês? Escreve e é indiferente a tudo o resto? Esse tudo que os seus amigos e conhecidos chamam à pedra? Porque não escreve, então, no jornal da paróquia? Ou num jornal desportivo?
É indiferente às dívidas às gráficas, às dívidas às distribuidoras, aos senhorios, aos trabalhadores, às finanças, à segurança social?
É indiferente aos despedimentos despóticos?
Às demissões em massa de corpo redactorial, comercial e administrativo como aquela que recentemente ocorreu?
Nunca se questionou porque tal sucede? Vive bem com isso?
Não deixo, no entanto, de registar que sobre o interesse do projecto de comunicação social e a qualidade atingida pela Mais Alentejo e sobre a competência profissional de António Sancho, seu Director, não oiço nem leio grandes críticas e até oiço e leio algumas referências bem positivas, vindas, principalmente, de quem não mistura e confunde as coisas.
É indiferente às dívidas às gráficas, às dívidas às distribuidoras, aos senhorios, aos trabalhadores, às finanças, à segurança social?
É indiferente aos despedimentos despóticos?
Às demissões em massa de corpo redactorial, comercial e administrativo como aquela que recentemente ocorreu?
Nunca se questionou porque tal sucede? Vive bem com isso?
Não deixo, no entanto, de registar que sobre o interesse do projecto de comunicação social e a qualidade atingida pela Mais Alentejo e sobre a competência profissional de António Sancho, seu Director, não oiço nem leio grandes críticas e até oiço e leio algumas referências bem positivas, vindas, principalmente, de quem não mistura e confunde as coisas.
Que coisas? Há-as indissociáveis, meu caro. Com uma idade dessas não sabe isso ainda? Refere-se a que coisas?
Para além de alguns textos esporádicas que escrevi em jornais e de algumas entrevistas que dei a órgãos da comunicação social, o meu relacionamento mais estreito com esta começou há cerca de 20 anos, quando fui eleito presidente da Associação de Municípios do Distrito de Beja (AMDB), proprietária do Diário do Alentejo.
Desta minha experiência, que durou cinco anos, guardo boas e más recordações. As boas recordações prendem-se principalmente com a independência editorial (?) do Diário do Alentejo, que defendi e respeitei, e com o bom relacionamento que estabeleci e mantive com os seus directores e muitos dos seus jornalistas e restante pessoal. As más recordações têm a ver com decisões maioritárias do Conselho de Administração da AMDB, que tive de assumir e defender, de nomeação de um director do Diário do Alentejo em detrimento do saudoso Pedro Ferro e da recusa de contratação do jornalista Carlos Júlio, de competência profissional reconhecida e meu amigo pessoal, que ambicionava, como tantos de nós, ser jornalista no principal jornal da nossa região.
Pedro Ferro é maior que tudo isso!
Do parágrafo retenho e sublinho, apenas, o “ambicionava como tantos de nós”.
Por ironias do destino, seria por desafio do Carlos Júlio que me tornei presença assídua em órgãos da comunicação regional, há uma dúzia de anos, no Imenso Sul, onde colaborei regularmente com uma crónica. Mais tarde tive a mesma colaboração com O Campo e, agora, desde há oito anos, com a Mais Alentejo. Para além dessas colaborações com a imprensa mantive também durante algum tempo uma crónica semanal na Rádio Terra Mãe e faço há, alguns anos, comentário semanal às notícias do dia na Rádio Pax.
Para além de alguns textos esporádicas que escrevi em jornais e de algumas entrevistas que dei a órgãos da comunicação social, o meu relacionamento mais estreito com esta começou há cerca de 20 anos, quando fui eleito presidente da Associação de Municípios do Distrito de Beja (AMDB), proprietária do Diário do Alentejo.
Desta minha experiência, que durou cinco anos, guardo boas e más recordações. As boas recordações prendem-se principalmente com a independência editorial (?) do Diário do Alentejo, que defendi e respeitei, e com o bom relacionamento que estabeleci e mantive com os seus directores e muitos dos seus jornalistas e restante pessoal. As más recordações têm a ver com decisões maioritárias do Conselho de Administração da AMDB, que tive de assumir e defender, de nomeação de um director do Diário do Alentejo em detrimento do saudoso Pedro Ferro e da recusa de contratação do jornalista Carlos Júlio, de competência profissional reconhecida e meu amigo pessoal, que ambicionava, como tantos de nós, ser jornalista no principal jornal da nossa região.
Pedro Ferro é maior que tudo isso!
Do parágrafo retenho e sublinho, apenas, o “ambicionava como tantos de nós”.
Por ironias do destino, seria por desafio do Carlos Júlio que me tornei presença assídua em órgãos da comunicação regional, há uma dúzia de anos, no Imenso Sul, onde colaborei regularmente com uma crónica. Mais tarde tive a mesma colaboração com O Campo e, agora, desde há oito anos, com a Mais Alentejo. Para além dessas colaborações com a imprensa mantive também durante algum tempo uma crónica semanal na Rádio Terra Mãe e faço há, alguns anos, comentário semanal às notícias do dia na Rádio Pax.
Ou seja, o importante é ter uma tribuna!
Curiosamente, ou talvez não, nunca colaborei com órgãos de comunicação social conotados com a minha área político-partidária.
Finalmente, há sete anos, aderi aos novos meios de comunicação e criei um blogue, o Alvitrando, e, no final do ano passado, com alguns amigos, criámos um blogue colectivo, o A Cinco Tons, através dos quais vou divulgando notícias da nossa região e opinando sobre, principalmente, a política local e regional.
Desta minha experiência concluo que existe uma enorme tendência para as pessoas se concentrarem nos emissores (quem escreveu ou disse, quem opinou, quem comentou) em detrimento da substância das notícias, das opiniões, dos comentários e, principalmente, das ideias.
A maioria das pessoas não se sente suficientemente livre (porque será?) para subscrever as suas opiniões, o que as leva a comentar sob o anonimato, principalmente nos blogues, onde muitos mostram não saber usar a liberdade que acham não ter, confundindo-a com maledicência, insultos, ofensas a terceiros.
Curiosamente, ou talvez não, nunca colaborei com órgãos de comunicação social conotados com a minha área político-partidária.
Finalmente, há sete anos, aderi aos novos meios de comunicação e criei um blogue, o Alvitrando, e, no final do ano passado, com alguns amigos, criámos um blogue colectivo, o A Cinco Tons, através dos quais vou divulgando notícias da nossa região e opinando sobre, principalmente, a política local e regional.
Desta minha experiência concluo que existe uma enorme tendência para as pessoas se concentrarem nos emissores (quem escreveu ou disse, quem opinou, quem comentou) em detrimento da substância das notícias, das opiniões, dos comentários e, principalmente, das ideias.
A maioria das pessoas não se sente suficientemente livre (porque será?) para subscrever as suas opiniões, o que as leva a comentar sob o anonimato, principalmente nos blogues, onde muitos mostram não saber usar a liberdade que acham não ter, confundindo-a com maledicência, insultos, ofensas a terceiros.
Como acontece com a crónica vergonhosa e hostil e porca de Carvalho Fascista?
Uma comunicação social forte e livre é reflexo de uma democracia consolidada e fundamental para o desenvolvimento da sociedade, das comunidades e dos territórios, enquanto uma comunicação social débil e sujeita às tentativas de controlo pelos vários poderes é reflexo da difícil convivência destes com a democracia e das suas dificuldades em utilizar a comunicação social como factor de desenvolvimento. Especialmente se essa comunicação social não servir senão os interesses pessoais de alguns e se as suas fontes de receitas não forem o leit motiv para as suas crónicas, reportagens, notícias, editoriais e afins.
Uma comunicação social forte e livre é reflexo de uma democracia consolidada e fundamental para o desenvolvimento da sociedade, das comunidades e dos territórios, enquanto uma comunicação social débil e sujeita às tentativas de controlo pelos vários poderes é reflexo da difícil convivência destes com a democracia e das suas dificuldades em utilizar a comunicação social como factor de desenvolvimento. Especialmente se essa comunicação social não servir senão os interesses pessoais de alguns e se as suas fontes de receitas não forem o leit motiv para as suas crónicas, reportagens, notícias, editoriais e afins.
texto retirado do blogue Alvitrando, escrito por Lopes Guerreiro e comentado por EuFêmea (MIBJ)
8 comentários:
Tu gostas!! Gostas, gostas!!!
Admiro a sua pachorra. Nunca me passou pela cabeça que alguém ocupasse o seu tempo a dissecar um texto meu. É evidente que não o fez por mim mas pela seu "ódio de estimação a AS", que não questiono mas que gostava que não me envolvesse.
Tirando esse "pormaior" apenas quero referir que a CMA, enquanto fui seu preidente, deu publicidade MA, ao contrário do que afirma, e que desconheço que o PCP alguma vez tenha dado orientação aos seus autarcas para não darem publicidade à revista. A mim, pelo menos não deu.
Quanto ao resto, mesmo descontando a sua posição relativamente a AS e, por consequência, à MA, são as suas opiniões, que respeito. Noto apenas que já foram mais positivas.
Cumprimentos
LG não responde em nada às criticas formuladas. Será que vai deixar que tudo suceda como naquele poema do Brecth...até que um dia chega a sua própia vez???!!! Ele não vê , não sabe, não ouve e mesmo quando lê interpreta mal respondendo com àpartes e não à essencia da critica e esta é de colaboração com um pasquim que de projecto jornalistico não tem nada. Ou será que terá para o LG? Parece que aprendeu muito pouco nessas andanças pela comunicação social regional.RR
Considero que a MA é um bom produto de comunicação social.
Não julgo intenções nem tenho quaisquer negócios ou interesses com o director da revista.
Há proprietários e directores de órgãos de comunicação social nacionais que não são propriamente "floes que se cheirem". alguém já se lembrou de responsabilizar os colaboradores desses ocs pelos nactos dos seus proprietários ou directores?
Para reflectir:
1º Nunca ninguem criticou Vitor Silva nem Flores nem Almodovor, nem outro qualquer por escreverem no MA! Porque será?
2ºAcontece que a alguns lhes desagrada a ideia de LG ser conivente com "flores que (não) se cheiram". Acaso este não seria um primeiro passo pra explicar tudo?
3ºPena que SOLIDARIEDADE vá
perdendo conteudo.
RR
Não sei porquê mas parece que está a fazer a defesa de que só devemos participar naquilo que é nosso, naquilo que dominanos... Mas deve ser só impressão minha.
Mostrar SOLIDARIEDADE pode ser também através da escrita "contra a corrente", não lhe parece?
Eu acho, e raramente gosto de achar, que se perde demasiado tempo com detalhes, esquecendo o essencial. A MA existe e não faço a mínima ideia do que lá se escreve. Bastaram-me 2 ou 3 números e percebi que não me interessava. Acho bem - lá estou eu a achar - que se a editora EuFêmea tem "espinhas" encravadas em relação à MA as deve deitar cá para fora. Mesmo que elas criem dores colaterais. Este post é um grito e tem alvos. Declarados. E é disto que a nossa querida blogosfera regional (fiquei amarelo, mas deve ser do fígado) precisa. Há quem goste de paninhos quentes e golpes de rins. Eu prefiro a frontalidade, mesmo quando não concordo com motivações ou fundamentos. O que não é o caso. Parabéns, fêmea.
(verificação de palavras: debrap)
o anónimo sou eu, dasse!
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