segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A geração 1000 euros e a crise!


Já que falam todos da crise, então façamos lá as contas:

1.149,50€ arredondam-se para 1.150€ - é o que recebo mensalmente.

199,50€ para o iva, arredondam-se para 200€ - é o que pago mensalmente.

Vamos em 950€ de valor real de ordenado.

Agora é só subtrair:
150€ para a segurança social - vai em 800€;
450€ para a renda da casa - vai em 350€;
50€ para despesas de casa (água, luz e gás) - vai em 300€;
50€ para despesas de comunicação (telemóvel e internet) - vai em 250€;
50€ de um crédito que fiz para a mobília - vai em 200€;
10€ por dia (x 30 dias de um mês) para alimentação - vai em -100€ (SALDO NEGATIVO)
5€ por dia (x 30 dias de um mês) para o vício de fumar - vai em -250€ (SALDO NEGATIVO)

E se quiser ir ao médico? E se quiser ir à farmácia? E se quiser ir jantar fora? Ir à cabeleireira? Ir à depilação? Passear? Comprar um livro? Um cd? Oferecer um presente? Ver um espectáculo? E se tivesse um carro (com revisões, inspecções, gasolinas e arranjos e selos e tudo o que isso implica)?
Das três uma: ou tenho quem me ajude a cobrir o saldo negativo, ou trabalho noutro sítio a desoras ou vivo dos imóveis que tenho a render!


3 comentários:

|Parabola| disse...

Afinal és uma das sortudas! Ganhar 1150 euros e "imóveis que tenho a render*" não é para todos. Agora imagina a geração 500 euros.

*dado entrar a renda como despesa, esta parte pode ter sido uma figura de estilo mas de qualquer forma 1.150 euros não é para todos :)

H disse...

É o drama de uma geração!!!

be(i)ja disse...

Sr ou Sr.ª X,
Antes de mais convem esclarecer que disse das três uma: ou trabalho noutro sítio e aufiro outros rendimentos, ou tenho quem me ajude ou tenho imóveis a render. Ou, ou, ou. Não disse qual das hipóteses era a correcta.
Depois, devo dizer-lhe que conheço muitos da geração dos 50o€ e aí, das duas suma: ou estão em casa dos pais, gastam o dinheirinho em bonecagem e até tem carro para andar de um lado para o outro sem se conseguirem autonomizar ou vivem miseravelmente. Não queria passar nem por uma nem por outra. Muito obrigada. Estou melhor do que eles, mas ñão me considero uma previligiada! Muito pelo contrário!