domingo, 26 de setembro de 2010

AGORA a MAIS de TODAS!



Prefácio à 1.ª publicação dos textos de EuFêmea
Nesta responsabilidade que me atribuí a mim mesmo de seleccionar e publicar uma resenha dos posts do EuFêmea, em número de trinta e cinco, por ocasião do 35.º aniversário da autora, deparei-me com uma tarefa muito difícil e de extrema responsabilidade, a saber: escolher, na diversidade dos textos, de muito boa qualidade, quais os que mereciam constar desta colectânea, pois colocar todos era tarefa impossível.
Que critérios utilizar?
Que faceta da autora valorizar? Dar visibilidade aos pequenos textos cheios de indignação ou aos textos maiores cheios de emoção e de perfeita construção literária?
Valorizar o bem escrito e descritivo ou o pleno de emoção e conteúdo? As recordações mais pessoais ou as relativas a uma comunidade? Estas foram algumas das dúvidas que me assaltaram.
E ainda escolher entre valorizar e das destaque aos post's...
Da mulher alentejana amante da sua terra e preterida nos empregos pela oligarquia política do partido à época nos destinos da autarquia?
Da mulher amante da produção cultural regional, magoada pela distância imposta, mas sempre atenta e solidária?
Da mulher trabalhadora, nestes anos do século XXI, com os dramas da insegurança, do desemprego e dos falsos recibos verdes?
Os da mulher da comunicação acompanhando os media da sua região e do País?
Os da mulher com os seus amigos tomando as suas dores e as suas alegrias?
Os da mulher dos livros, da leitora compulsiva e coleccionadora de literatura para a infância?
Os da mulher fêmea e feminina cheia de contradições e interrogações...
Os da filha, da mana, da sobrinha, da tia, mas e sobretudo da mulher de solidariedades e cumplicidades?
A mulher dos projectos, dos planos, das dúvidas, das incertezas, mas também de ódio às incompetências, ao carreirismo, ao oportunismo, ao facilitismo...
Estas foram outras das dificuldades que encontrei ao seleccionar os posts do blogue EuFêmea, tarefa dificultada pela emoção com que o fui seguindo ao longo destes anos, tentando escrutinar estados de alma, projectos, preocupações, mas também melhor conhecer a autora e filha do "prefaciador".
Outros farão no futuro outras escolhas, estou certo quiçá melhores, com outros critérios, mas esta é única pela carga afectiva e emocional que em si carrega.
De um total de 578 posts foram impressos 299 e algumas fotografias. É pena que ao passá-los para o papel se tenha perdido a estética de alguns deles, assim como a cor e apresentação gráfica. Na próxima edição prometemos cuidar destas lacunas.
Agora que acabei a selecção e a impressão dos posts a publicar estou confuso e com dúvidas. Será que é honesto destruncar assim um trabalho?Afinal qual foi a selecção efectuada? Nem eu sei bem. Num determinado mês era a ideia de que os mais novos iam ser os leitores previligiados do EuFêmea, mas ao fazer a selecção do mês seguinte o critério já era o de dar lugar a um texto bem escrito, bem organizado e cheio de conteúdo, para logo a seguir dar valor e destaque a informações e opiniões da terra de be(i)ja.
Seja como for aqui fica a selecção possível, sendo certo que o que não está editado em papel daria outra selecção não menos rica do que esta.
Que esta iniciativa seja um aperitivo para folhear o blogue na sua totalidade.
E porque este blogue é também um pouco da história da nossa família, ofereço um exemplar desta selecção para cada um de nós, pequenos e grandes, assim como para os recém-chegados.
Sem a tia Alice não teria conseguido acabar a tempo este trabalho: muito obrigado!
E que be(i)ja continue para seu gozo e nosso gozo o EuFêmea.
Somos assim e gostamos de o ser!
Beja, aos vinte e três de Setembro de 2010.
Pai.

2 comentários:

João Espinho disse...

E quando é que temos direito a folhear o livro?

be(i)ja disse...

João - é edição caseira. só para os manos e manas.