quarta-feira, 11 de novembro de 2009

anhus

Sou uma privilegiada. Tenho na minha vida três anhus. Três. Por muito que eles cresçam continuo a vê-los sempre pequenos e sei que não se importam nada com isso. Um já pergunta quem é o presidente da Câmara de tal e tal sítio ou quem ganhou as legislativas, o outro quer agora aprender a andar de skate e a tocar piano e o terceiro, assim por ordem de chegada à minha vida, fez hoje a sua primeira visita de estudo. Levantaram tão cedo o anjinho! Levaram-no para ir ver os planetas, as galáxias, os meteoritos a partir do Planetário em Lisboa. Deve vir contente e estafado. Por ser o mais pequenino chamo-lhe o pesseguinho. Digo-lhe (como me ensinou um amigo) que tenho uma máquina de beijos. Ele gosta. E outra de cócegas. Ele também gosta. E outra ainda de histórias que ele adora. Na última noite que dormimos juntos foram quatro de seguida. Tudo inventado em cima da hora. Os meus anhus, os meus sobrinhos, os homenzinhos da minha vida são crianças adoráveis. E eu sei que a culpa não é só deles. Não é como dizem certas pessoas “os teus irmãos tiveram sorte com os filhos que têm!”. Como que a dizerem, muitas vezes, “eu tive azar com os meus”. Não. Não é nada disso! Não se desresponsabilizem. Os meus sobrinhos é que têm sorte com os pais que lhe couberam. Independentemente da sua própria personalidade, os nossos filhos, os nossos netos e sobrinhos são o resultado daquilo que somos como pais, como avós e como tios e tias. Eu quase que não tenho responsabilidade nenhuma relativamente aos meus, mas pelo menos um poucochinho cabe-me a mim. Nem que seja pelos beijos que lhe dou, pelas cócegas que lhe faço e pelas histórias que lhe invento.

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