sábado, 1 de agosto de 2009

os mouros expulsos voltam em Agosto

Tinham razão D. Sancho e D. Afonso III, quando assinavam os diplomas régios dizendo serem reis de Portugal e dos Algarves, pois que estes são reinos à parte.
À medida que nos aproximamos do Sul, pela nacional 125, vamos sendo brindados com todo o tipo de comércio possível. Lado a lado, na esquerda e na direita, várias saídas e entradas para pequenas povoações que não se percebe onde começam umas e acabam as outras. Quem queira construir uma casa basta por lá passar e ir parando. No homem dos cimentos, no homem dos tijolos, no homem das telhas, dos portões, das madeiras, dos aluminíos, das janelas, dos bidés e das sanitas, dos azulejos, dos móveis, dos sofás tudo exposto cá fora à beira da estrada que, por sinal não tem passeios. O Algarve é mesmo assim! Tem muito comércio, logo tem mais trabalho, logo tem mais comércio, logo tem mais pessoas, logo tem mais dinheiro, logo tem mais serviços, logo...é uma confusão gritante. E feia. E desordenada. E desorganizada.A cidade capital de distrito está ou deve estar apetrechada das melhores e mais necessárias infraestruturas, no entanto, salvo o pequeno centro histórico tudo o que a rodeia é caótico: as estradas, os bairros, as construções, os acessos. E tal infortunio varreu, infelizmente, o Algarve do Barlavento ao Sotavento, na fúria demolidora da construção civil nos idos dos anos 80.
Nada comparado com Beja, a nossa cidade: limpa, branca, tal qual uma casa arrumada, simétrica, com pedaços de História a cada esquina, com uma modernidade ainda timida, com ordenamento do território, com arquitectura paisagistica.
Mas, no reino dos Algarves temos as praias e nós otários marchamos para cá como, aliás, metade do reino de Portugal, quais mouros quais quê.

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