domingo, 30 de agosto de 2009

o mundo é composto de "mudanças"

Não é "uma casinha simplezinha com gerânios em flor na janela, uma rede de malha branquinha e nós dois a baloiçar dentro dela"*.
Mas é uma casa bonita. Com luz natural. Muitas janelas. Um chão de madeira. Uma sala simpática. Uns cantos acolhedores.
Mais pequena que a actual de quem alguns diziam, com razão, ser "um luxo asiático". Sem aquele salão de baile que era a cozinha e sem o escritório barra quarto de visitas barra quarto de inquilinos.
Agora é uma casa à minha medida. Que dá para "plantar os meus amigos, os meus discos e os meus livros"* e algo mais.
É a minha casa nova!
* excertos de músicas de Maria Bethânia.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Meu querido amigo...

...a sua flor... vai bem. Não sabe para onde, mas vai.
Parece-lhe que a regam todos os fins-de-tarde. Mas é apenas impressão. Diz ela que lhe nascem frutos e flores do seu tronco e dos seus braços porque sim. É-lhe agora primavera. Ou quando calha.
Apetece-lhe, a tonta, escrever histórias. Histórias inverosímeis. Daquelas com pessoas reais e acontecimentos hilariantes, do demo, do inacreditável e do fantástico. Mas sem lugares-comuns, sem frases feitas, sem banalidades que a todos ocorrem e que muitos não se envergonham de verter para o papel. Ela tem vergonha. Ela é envergonhada.
Já teve mais poesia na sua escrita a flor (que achava que a dita palavra se escrevia com acento circunflexo, mas que o word diz que não). Já teve mais fluidez, mais graça. Agora é seca e objectiva e concreta e desprovida de emoção a sua escrita. Até nos es-m-ess. Há-de ser porque a obrigam a enviar muitos mails, muitos faxes. Coitada!
Diz também, a tonta, que lhe apetece ouvir velhos e velhas para que lhe contem estórias. Sim assim sem h. Diz que sabe que certas estórias de verdade feitas são parecidas às dos livros ficcionados quando – se formos a pensar bem - devia ser ao contrário já que elas ainda estão por contar.
Ela guardava-as e depois inscrevia-as no papel. Era o que ela mais queria. Diz que não tem jeito para falar e que gosta mais de ouvir, então…
Escritas as letras, as palavras, as frases, as estórias ficam impressas não se apagam prái assim e duram muitos anos, pudemos voltar a relê-las e podemos guardá-las e fazer perpetuar a memória e as recordações e tudo o que uma estória contém. E era mesmo o que ela mais queria. Guardar no papel coisas velhas prestes a definhar. Coisas de pessoas com alma e com vivências.
Ela sabe que vai fazê-lo. Já idealizou dois ou três projectos. Bem…na verdade três projectos. Vai apresentá-los a quem de direito. Vais esperar pacientemente pelas respostas das ditas malfadadas entidades competentes e depois vai abraçá-los e dar-lhe vida e a seguir corpo.
Esta sua muito querida amiga contar-lhe-á tudo um dia em que você queira ouvir. Um dia em que você conheça a sua terra, a sua casa, os seus esconderijos, a sua escola, a sua aldeia, as suas sopas de beldroegas e perceba e sinta o que é o seu alentejo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

HOJE


Eufêmea comemora o seu primeiro ano de vida.

Duzentas e trinta e oito post’s o que equivalia a dezanove por mês, em média. Isto se eu tivesse escrito, realmente, todos os meses. O que não foi, de todo, verdade. Escrevia uns dias, não escrevia nos outros. Escrevia uns meses, não escrevia nos outros. Durante muito tempo este blogue não fez completamente parte de mim. E actualmente, às vezes, ainda duvido que faça.

Na realidade, comecei intermitentemente e sem saber bem o que queria fazer dele.

Primeiro publicava umas noticiazinhas sobre Beja, aquilo a que no jornalismo se chamariam umas breves. Secas. Objectivas.

Depois fui alargando o espectro e comecei por introduzir outros temas de âmbito nacional. Assuntos que me preocupavam directamente: os recibos verdes, a precariedade, o desemprego, etecetera.

A seguir, sem deixar de publicar as notícias da minha cidade, passei também a comentá-las, desta feita em tom mais crítico.

E, a seguir ainda, optei por introduzir alguns assuntos de índole mais pessoal, sem que fossem, claro, íntimos.

Agora Eufêmea é o resultado dessa miscelânea. Vive disso: de Beja objectiva, de Beja sob o meu ponto de vista, do país em escala muito apertada e de alguns passos que dou especialmente aqueles que podem ser documentados com fotografia que é um exercício que me interessa praticar.

A todos quantos me visitaram e a todos os que foram deixando os seus comentários o meu muito obrigado!

domingo, 16 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Férias - dia décimo terceiro II

Mas, não obstante as Lelices rumei novamente a Sul que aquelas de grave não têm nada. E foi ver-me a almoçar à beira da piscina e jantar no rodízio que isso sim é que são férias! Em boa companhia, claro está. (desta feita propositadamente sem fotos que atestem a veracidade das informações).

Férias - dia décimo terceiro



Às vezes sou mesmo Lela!

Todos nós somos Lelos pelo menos um dia no ano. E isso consola-me...

Ontem à noite fui Lela porque enviei um sms a um Lelo dizendo-lhe "passei por aqui e lembrei-me de ti". Eh! Eh! que Lela que eu fui.

Hoje fui Lela porque me comeram por tótó, parvinha, néscia, toina. Prometeram-me uma coisa e eu acreditei e fiz boa-fé e pensei que era verdade e afinal...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Férias - dia décimo segundo

"Eu tenho uma amiga chamada Maria lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá". É uma das músicas de Camané e pode bem ser o início deste texto.
A minha amiga tornou-se migrante. Foi-se embora, deu de frosques, abalou de Beja já vai fazer dois anos. No primeiro voltava à terra amíude. A razão mais do justificada era a presença do então namorado. Mas, uma vez terminada a relação, a minha amiga começou a conter-se, a minimizar-se, a descontar-se nas idas a Beja. De há um ano para cá ditou como regra que só visitaria a cidade, a amiga que sou eu, e os outros amigos, nos eventos. Assim, foi vê-la nas Andarilhas (uma vez), na Passagem de Ano (duas vezes), no concerto do Sérgio Godinho (três vezes), no concerto dos Caracol Blues e na performance Tudo Menos o Silêncio (quatro vezes), nas comemorações do 25 de Abril (cinco vezes), na Ovibeja (seis vezes) e numa festa de Família (sete vezes). Não é que lhe leve a mal... não é isso. Não é que eu pense que ela prefira as festas a estar comigo só por estar. Não. Não é isso! Mas... é que eu gostava mesmo é que ela me visitasse sem motivo aparente, sem pretexto, sem desculpas e mesmo com 40 graus à sombra.
E é o que ela vai fazer hoje. Lá, lá, lá, lá.
Nota: Por hoje estou em Beja porque ontem vim trabalhar, mas amanhã rumarei novamente a Sul. As férias ainda não acabaram.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Férias - dia décimo primeiro


Pois é! A culpa é tua porque hoje tive que ir trabalhar. Portanto, não olhes assim para mim. A minha vida é uma merda, mas a culpa é tua. Ouviste bem?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Férias - dia décimo


INTERREGNO ou porque sou fodida com as datas

os olhares jamais se perdiam seguiam-se continuamente e esboçávamos sorrisos sem o mínimo pretexto as conversas nunca terminavam as músicas de que gostávamos eram as mesmas os livros que líamos ou queríamos ler também o desejo invadia-nos a cada instante e a cada instante o consumávamos passámos a gostar da pele um do outro dos traços um do outro dos contornos um do outro demos corpo à fusão e pensámos alienados ser um só telefonava-te só para te ouvir a voz ias buscar-me ao serviço dançávamos músicas pimba na piscina outras nas noites da nora outras no colchão do chão da sala e eu gostava em ti de tudo do teu cheiro macio das tuas sardas milenares do teu tom dourado dos teus músculos delineados da tua força e timidez das tuas ganas e cansaço do teu sono e dos abraços democráticos que só nós dois sabíamos dar estive apaixonada transfigurei-me e tu também ultrapassámos horários eternizámos o presente e vivemos uma contínua descoberta tínhamos fé entusiasmo esperança eras absolutamente tu particular único meu subvertemos lugares comuns e havia amigos que diziam que à nossa volta se criava uma bolha e eu lembrava-me daquela canção do tempo dos nossos pais que dizia assim les amoreus sont seuls au monde e era feliz

a seguir fomos consumidos pela impossibilidade começaram as hesitações os medos os receios de não ser capaz de dar o próximo passo a falta de iniciativa instalou-se apenas me esperavas quando ia ter contigo e fui muitas vezes ter contigo como se caminhasse quilómetros até chegar a ti não sei o que te deu o que nos deu pedias calma e tinhas projectos muitos projectos que não me incluíam deixei de nos ver no futuro estranhei a ambivalência encalhei nos obstáculos refilei tornei-me exigente queria mais queria-te como dantes presente disponível atento atencioso não quiseste assim não foste capaz não soubeste não sei os laços desfaziam-se a distância impunha-se o fosso aumentava e vi-me sozinha e renunciei a ti e várias vezes quebrei e várias vezes reincidi etudo isso durou um ano até ao dia que não houve mais retorno o dia irreversível o dia de hoje há um ano atrás

mas uma história não acaba no jardim do capitel embora possa lá começar e por isso eu perguntava-te como estavas e a tua família e a escola e os outros projectos e convidava-te para jantares comigo tomares cafés comigo evitava o vazio queria preservar algo de bom tinha saudades tuas e fui persistente na procura de um laço a unir-nos para sempre ainda que noutro registo e fui tão persistente que pedi desculpas por sê-lo e descansei em paz e desisti finalmente depois de o ter feito porque tu fugias-me respondias-me mal torto ao lado com aspereza com bruteza com arrogância não soubeste estimar o carinho que ainda nutria por ti e hoje não sobrou nada sequer de nós hoje és como um fruto que colhi verde vi amadurecer e agora está esquecido e vai apodrecendo

domingo, 9 de agosto de 2009

Férias - dia nono




Férias - dia oitavo


Amoreira

Carrapateira






Arrifana



Vale de Homens

Férias - dia sétimo




quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Férias - dia sexto




Férias - dia quinto




O que eu já bailei à conta destes conjuntos musicais que abrilhantam as noites algarvias.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Férias - dia quarto

Da ilha mais feia...a parte mais bonita:
as pessoas















































domingo, 2 de agosto de 2009

Férias - dia segundo

Festival da Ria Formosa: açorda, feijoada, arroz de marisco e xarém. Até me lambi!

sábado, 1 de agosto de 2009

os mouros expulsos voltam em Agosto

Tinham razão D. Sancho e D. Afonso III, quando assinavam os diplomas régios dizendo serem reis de Portugal e dos Algarves, pois que estes são reinos à parte.
À medida que nos aproximamos do Sul, pela nacional 125, vamos sendo brindados com todo o tipo de comércio possível. Lado a lado, na esquerda e na direita, várias saídas e entradas para pequenas povoações que não se percebe onde começam umas e acabam as outras. Quem queira construir uma casa basta por lá passar e ir parando. No homem dos cimentos, no homem dos tijolos, no homem das telhas, dos portões, das madeiras, dos aluminíos, das janelas, dos bidés e das sanitas, dos azulejos, dos móveis, dos sofás tudo exposto cá fora à beira da estrada que, por sinal não tem passeios. O Algarve é mesmo assim! Tem muito comércio, logo tem mais trabalho, logo tem mais comércio, logo tem mais pessoas, logo tem mais dinheiro, logo tem mais serviços, logo...é uma confusão gritante. E feia. E desordenada. E desorganizada.A cidade capital de distrito está ou deve estar apetrechada das melhores e mais necessárias infraestruturas, no entanto, salvo o pequeno centro histórico tudo o que a rodeia é caótico: as estradas, os bairros, as construções, os acessos. E tal infortunio varreu, infelizmente, o Algarve do Barlavento ao Sotavento, na fúria demolidora da construção civil nos idos dos anos 80.
Nada comparado com Beja, a nossa cidade: limpa, branca, tal qual uma casa arrumada, simétrica, com pedaços de História a cada esquina, com uma modernidade ainda timida, com ordenamento do território, com arquitectura paisagistica.
Mas, no reino dos Algarves temos as praias e nós otários marchamos para cá como, aliás, metade do reino de Portugal, quais mouros quais quê.

DA on-line

Caregamos em:
Cinema e Não há notícias para este tema;
Entrevista e Não há notícias para este tema;
Do leitor e Não há notícias para este tema;
Reportagem e Não há notícias para este tema;
Festas e Não há notícias para este tema;
Política e Não há notícias para este tema;
Cultura e Não há notícias para este tema.

Então? Afinal? Em que é que ficamos? Em que temas há notícias?